sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A morte do Soteropolisampa

Adeus, mundo internético.

Continuarei por aqui, no limbo, mas sem nada de novo para mostrar.

Acho que a mistura de sotero com sampa já deu o que tinha que dar (lá ele).

Foi um prazer.


domingo, 24 de outubro de 2010

Desvio do espelho

Eu queria ser diferente.
Queria ser magra, ter o cabelo grande e um nariz bonito.
Queria ser naturalmente divertida e animada.
Queria pensar menos, sentir menos, sofrer menos.
Queria não ser ansiosa, nunca ficar nervosa e não ser tão preguiçosa.
Queria sempre ter bons argumentos e não fugir de discussões.
Queria ter talento, sorte e só pensar nos bons momentos.
Queria ser outra.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Secreto

Hoje é um dia de escrever em rosa, por não ter coragem que outros olhos me leiam.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Além do que há de político na vida

A noite está fria.

Perfeita para congelar o sangue quente que corre nas minhas veias.

Perfeita para congelar todos os batimentos ansiosos do meu coração.

Perfeita para congelar tudo o que há em mim.

Que venha o vento, derrube todo esse gelo e o despedace.

Não acredito que assim conseguiria me reconstruir.

Eu viraria gotas derretidas, diluídas quando o sol voltasse e calor aparecesse.

Eu seria ar. Para me trazer ar. E assim, voltar a respirar.

Chega

Nem sobre coisas tristes ela tem vontade de escrever.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Virgula mensal

A vida é engraçada... a partir de segunda, déjà vu.

Mas o interessante é que as coisas estão acontecendo de um jeito muito bem "programado" pelo destino ou sei lá por quem para que tudo funcione como espero...

Que não seja só loucura da minha cabeça.

Sim, às vezes posso até jogar a "culpa" no que nem eu mesma acredito, mas, ainda assim, consigo ser otimista.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

..

Escrevo, escrevo, escrevo e deleto.

Transcrevo em mim e jogo fora onde menos deveria, do jeito que menos poderia.

E assim continuo sem saber de nada.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

E a felicidade?

Eu sei que isso aqui está muito deprê. Sim, reflete claramente uma fase difícil, cheia de indefinições, decisões, preocupações, angústias... mas não sou um caso perdido, garanto.

O que acontece é que, na tristeza, a vontade de escrever se manifesta com toda força.

Na alegria, bom, na alegria, com dias mais bonitos, ares com cheiro de nutella e sorrisos que rapidamente viram gargalhadas, as palavras viram sentimento e perdem definições.

Hoje sou um poço de ansiedade pelo que, de melhor, está por vir.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Bola de Neve

Por dias ela perdeu o ar, a cabeça, a calma.
Por dias ela perdeu qualquer filtro de bom senso.
Por dias as palavras foram suas inimigas.
Por dias, de tanto bater, seu coração quase parou.
Por dias esse mesmo coração só queria fugir.
Por dias ela não conseguia dormir.
Por dias, esses dias, parecem não ter fim.

domingo, 26 de setembro de 2010

Lágrimas

Ela se afogou.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Frustração

Ela pensa em lançar um livro.
Ela pensa em vender um blog.
Ela pensa em ter um programa de TV.
Ela pensa em ser menos neurótica.
Ela pensa em ser uma pessoa melhor.

Ela não consegue nada. Ela não é nada.

sábado, 18 de setembro de 2010

Nas profundezas do ser sem fim 2

Ela pensa sobre o pensar e se depara com o infinito.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nas profundezas do ser sem fim

Ela pensa, pensa, pensa...

e não chega a lugar nenhum.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Coração internacional

Hoje ele não bate em verde e amarelo.

Que o tempo passe, que a saudade passe, e que ele logo logo me abrace.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

29

E a grande pergunta que chega é: onde estarei aos 30?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Amanhã

Ela agora conta os segundos. E ri sozinha por saber que, em algumas horas, ele estará debaixo de seu edredon.


Aniversário chegando e a mínima idéia do que poderia ser feito para comemorar vai partindo. Ah, indecisão..

domingo, 15 de agosto de 2010

Semana

Ela começa a experimentar, em pequenas doses, o gosto da saudade.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ficção

Naquele momento Ludmila só queria um conforto. Ela queria identificar qualquer coisa que pudesse trazer tranquilidade para sua mente transtornada e entristecida. Antes de embarcar, virou-se buscando o olhar dele. E percebeu que exatamente naquele momento o olhar dele buscava outro alguém. Outra que não ela.

Ludmila então seguiu, segurando o chôro e os pedaços do seu coração. Ela não via mais ninguém em sua frente. Ela não queria ver. Sabia que pessoas passavam, que se ajeitavam em suas poltronas, que até tentavam puxar conversa, mas ela não ouvia, não via, não queria.

Na verdade, seu único desejo era o de se encolher tanto ali, no seu pequeno espaço chamado de 23D, até desaparecer. Ela poderia derreter, virar pó ou fumaça. A forma não importava. O importante seria deixar de existir.

Fechou os olhos escondidos atrás de imensas lentes escuras com toda a força que suas pálpebras puderam suportar. Se concentrou em um buraco negro. 40 segundos depois, ainda estava ali.

Então ela desistiu de sumir. Pegou seus fones de ouvido para tentar, ao menos, se distrair com canções jogadas no pequeno som de bolso. Rezou para que nenhuma música trouxesse recordações, boas ou ruins. Cantou para si, afastando outros pensamentos que não participassem da melodia.

Depois de três músicas Ludmila se perdeu. Resolveu então se entregar e pensar até gastar, até acabar, até parar. E no meio da cachoeira de possibilidades, de pessoas, situações e frases, ela percebeu que seus pensamentos eram os únicos dali que voavam.

Impaciente, porque sentia que precisava mais do que nunca ficar longe da cidade, chamou a aeromoça. Perguntou educadamente sobre o motivo do atraso e ouviu que um passageiro de última hora ainda não havia embarcado. Pensou em seu azar por estar presa no solo, quando o que mais precisava era decolar. De novo se entregou aos pensamentos. Os ruins, é claro.

Pensava e mexia nas unhas, nos cabelos, nas pernas e ignorava o que acontecia ao seu redor. Até que percebeu uma agitação na tripulação, como se finalmente tudo estivesse pronto para a partida.

A poltrona ao seu lado estava vazia e, entre um pensamento e outro, achou que o atrasado deveria sentar ali ao seu lado, só para completar o dia ruim não permitindo que ela esticasse as pernas como gostaria.

Ludmila estava certa. Ele chegou. Dessa vez, com os olhos fixos no seu olhar de espanto, e os chocolates que ela mais gostava nas mãos.


- Texto longo como há muito não escrevia... pq é sempre bom pensar em um final feliz.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Meias verdades

Ela se atrapalha; descuida, se entristece.
Ela machuca e sai machucada.
Ela não pára de pensar.
Ela precisa parar de falar.


E em Salvador, faz sol.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Meu primeiro parto

Ela apareceu e nem sequer me olhou.
Seus olhos, semicerrados, não perceberam o meu olhar choroso e detalhado.
Analisei cada canto, cada dedo, cada fio de cabelo, cada falta de dente.
Meu coração, saltitante, foi tomado de amor completamente.
Observei por horas seu sono profundo e movimentos involuntários,
de quem acabou de aterrissar em um mundo onde não mais poderia flutuar.
E agora me encontro perdida por centímetros de uma menina;
De hoje em diante, será impossível não amar Valentina.

domingo, 25 de julho de 2010

Pesadelos

Ela sonha sonhos estranhos. Acorda e chama por ele.
Ele imediatamente responde, e volta, e a abraça.
Suas pernas tremem; as dela, entrelaçadas nas dele.
Ela diz coisas desconexas. Se sente triste. Perdida. Sem chão.
Ele a segura.
Ela conta o tempo.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

E agora, Paloma?

Mais uma vez, outra vez mais, um ponto final prepara reticências.

A energia termina, renova, desaparece, cresce..

E eu vou seguindo, do jeito que dá, do jeito que consigo, do jeito que insisto, do jeito de sempre.

sábado, 10 de julho de 2010

Dia 10.

Sou tão desligada com datas, que nem percebo o tempo passar.

Ampulheta

Estou ausente daqui por estar muito presente em outro lugar.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Mais um

Cheirinho de novidade.

sábado, 26 de junho de 2010

Pensamentos

Sempre ouvi dizer que "peixe morre pela boca".

Sou de leão. Tenho poucas espinhas.

Mas a identificação foi imediata.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A minha Buenos Aires

Buenos Aires é uma cidade linda. Com cara de velha e moderna, meio européia meio latina.

Fiquei fascinada pelas árvores, mesmo sem folhas pelo outono, e pelas varandas. São poucos os prédios que não as têm.

Antes da viagem pedi indicações para vários amigos que conheciam a cidade. Agradeço imensamente aos que prontamente mandaram uma lista de lugares, comidinhas e aventuras.

Mas confesso que às vezes vale muito se desprender do "guia" e se deixar levar. Algumas das melhores coisas que fizemos por lá foram assim, meio no susto, descobrindo a cidade, fazendo programas óbvios de turista.

Para quem chega, vale logo no primeiro dia pegar o ônibus com "varanda em cima". O vimos em vários dias e, após uma olhadinha rápida no site http://www.buenosairesbus.com/ resolvemos ocupar assim o último dia da nossa viagem.

Por 70 pesos (uns 35 reais) vc ganha um passaporte com validade de 24h e pode subir, descer e pegar o próximo - eles saem a cada 40 minutos da calle florida no centro - indo em lugares fundamentais da cidade.

Isso que é legal, vc tem uma visão panorâmica dos principais bairros da cidade e pode decidir voltar depois e explorá-los com mais calma. Se você quiser ainda pode escutar explicações históricas dos lugares usando fones de ouvidos.

Show de tango, onde for, também é programa turistão (talvez como ver roda de capoeira no mercado modelo em Salvador), mas é muito divertido. Fomos abordados na rua por uma figura entregando panfletos e nos convidando para o espetáculo em um bar tradicionalíssimo em frente ao hotel. Acho que o nome era Billar 36 ou algo do tipo.

Enfim, com músicos tocando, cantor canastrão cantando, dançarinos fazendo belíssimas coreografias e até um apresentador com a cara de Alec Baldwin fazendo piadas, foi um programa divertido de se fazer.

Confesso que algumas coisas foram meio decepcionantes. Por exemplo, a feirinha de domingo em San Telmo é igual a da Benedito Calixto aqui em SP. Para mim, a diferença era o tango tocado e dançado ao vivo. Na Benedito é chorinho.

Lá comprei pôrteres de tango, cd's de tango e bonequinhos de cerâmica dançando tango. Fora isso, tudo igual.

Empanada é pastel de forno bem rechaedo. O tal sorvete de "dulce de leche" do Freddo é que nem doce de leite aviação com textura de sorvete. E a livraria El Ateneo é lindíssima, mas caótica com um acervo limitado; é bom ir pra babar, não esperando achar muitos livros.

Andar de táxi, comer e beber em Buenos Aires é absurdamente barato, fato. Mas comprar roupas, sapatos e bolsas nem tanto. Não sei se fui nos lugares errados, mas fora um casaco de couro, que comprei caro mas que aqui seria o triplo do preço, tudo o que comprei lá, comprei pq estava em promoção. Mesmo o peso sendo metade do real, na conversão das contas, dava o mesmo preço.

Ficamos hospedados em um hotel fofo chamado Mundial http://www.mundialhotel.com.ar/.

Velho, mas reformado, na Av. de Mayo, rua muito bem localizada no centro da cidade. Muitos indicaram o aluguel de apartamento mas pelos preços que pesquisamos, o hotel não foi tão mais caro e com as comididades de camareira todos os dias e um belo café da manhã. Ainda ficamos com um quarto imenso feito para quatro pessoas, com varada.

Porto Madero é um lugar bem estranho, sem "alma" como alguns porteños definem. Concordo. Nem tive vontade de entrar nos restaurantes. O legal mesmo, é o Casino.

Sim, um Casino de verdade, que eu só percebi mesmo que era sério quando Rodrigo levou puxões de orelha por mexer em fichinhas depois de tê-las depositado no lugar determinado da mesa enquanto perdia o dinheiro no black jack.

Eu até ganhei uns pesitos na roleta, dividindo espaço com um japonês com cara de mafioso e um gordinho com cara de viciado em jogatina. Eles enchiam os números com suas fichinhas, com uma naturalidade de quem é sócio do lugar.

Que mais? Conheçam Palermo e Recoleta que são bairros chiques e lindos (principalmente uma rua em Palermos onde ficam algumas embaixadas que é deslumbrante), andem muito pelo centro, comam muita carne, bebam muito vinho e se entupam de alfajor.

Sobre alfajor, recomendo degustação de todos os tipos que vocês encontrarem pelas ruas. São vários.

Em Buenos Aires existe wi-fi em qualquer lugar. Em qualquer boteco onde vc páre na cidade. Fiquei impressionada. Pq realmente éramos atraídos para os lugares mais toscos e, mesmo assim, eles ofereciam internet sem fio.

Por falar em botecos, bares e café, descobrimos que existem hábitos estranhos por lá. Eles colocam bolacha cream cracker com queijo (sem manteiga) no cardápio e vendem. Sério. Acho que chamam de "tapitas". Às vezes pedíamos coisas só pelo fator surpresa. Essa foi uma delas.

Os argentinos são agradáveis e desagradáveis, assim como os brasileiros. Mas no geral, fomos muito bem tratados, mesmo em época de Copa do Mundo.

E continuo afirmando: a cidade é linda e o clima de cidade é delicioso - não falo de temperatura pq morri de frio, mas sou do tipo que não gosta disso.

Quem puder, aproveite que as passagens de avião são baratas, a hospedagem tb e o peso está desvalorizado.

E por favor, não esqueçam de viajar com carteira de identidade ou passaporte. Só com carteira de motorista não é possível embarcar para países da América do Sul. :)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

(Im)perfeitos

Ela estava ansiosa pela sua primeira viagem internacional. Planejou por semanas. Perguntou, procurou, juntou informações, se confundiu.

Até que adoeceu um pouco antes. E duvidou um pouco antes. Mas também melhorou um pouco antes.

E quando tudo finalmente parecia perfeito, o caos tomou conta. E a incerteza voltou. E ela ficou ansiosa, preocupada, nervosa, histérica, triste..

Mesmo assim, diante dos erros, no dia dos erros, ela se viu explodindo de tanto amor.

No final desse dia, derrotados, voltando para casa no metrô, ela não conseguia desviar o olhar. E sentia uma felicidade tão imensa por tê-lo ali, que nem sequer conseguia desviar o tal olhar.

E finalmente conseguiram. Ela agarrou as mãos dele com toda a força presente nas suas pelo máximo de tempo que conseguiu. E juntos, partiram. E juntos, voltaram.


Dicas detalhadas e menos poéticas de Buenos Aires virão em seguida. :)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Alfajor

Vou ali e já volto.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Estômago dos infernos

Eu prefiro acreditar que quando tudo dá errado, é porque dará muito certo..

Ansiosa.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Narrativas sem fim

No início da semana assisti a uma aula de gêneros literários em um cursinho pré-vestibular no centrão de São Paulo.

Os professores ensinam de graça para alunos que só podem estudar à noite em um casarão caindo aos pedaços sem a menor infra-estrutura.

São pessoas de todas as idades, que provavelmente trabalharam o dia inteiro e, mesmo assim, vão pra lá, numa noite fria, para aprender. Porque querem tentar uma vaga em alguma universidade; porque querem ter mais conhecimento.

Eu sei que parece um discurso meio ingênuo, romântico e meio alienado, afinal, milhões e milhões de pessoas se sacrificam todos os dias pra botar comida na mesa, criar filhos, trabalhar, estudar.

Mas na correria do meu dia a dia, são pouquíssimas vezes que me deparo tão diretamente com essa realidade. E fico fascinada com a força de vontade. Do tipo que eu não sei se teria. Acho lindo, por mais difícil que seja.

Porque a busca pelo conhecimento é o princípio de tudo. Tudo. A partir daí você pode transformar a sua vida e a dos outros ao redor. Comecei a filosofar.

Também tenho pensado muito sobre minha vida e o que quero fazer dela. Talvez por isso tenha ficado tocada. Pelos objetivos, pelo foco, pela dedicação de alguns. Às vezes me sinto acomodada e estagnada. Às vezes não.

Só sei que saí do cursinho pensativa e orgulhosa do lindo professor que falou sobre o lirismo das palavras.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Apenas duas

Voltei pro mundo real que me consome..

Voltei pra ele matar minha fome..

Voltei pra mim, inconstante e insone..

Voltei pro tudo que nem sei o nome.

terça-feira, 11 de maio de 2010

ssa . ba . br

Em casa.

Na casa que não é mais minha e que ao mesmo tempo sempre será.

No quarto modificado pela ausência mas que ainda guarda detalhes marcantes da minha antiga vida ali.

Em ruas familiares. Caminhos tortos. Passagens de tempo.

Sempre será assim?

Pouco paciente, critico cada movimento que ela faz no trânsito. Mas permito que ela brinque comigo como se eu fosse sua boneca de porcelana.

Ela pinta minha unhas para que fiquem iguais as dela. Me presenteia com uma medalha dos seus santos sempre repelidos para sua grande tristeza e decepção. Cedo aos apelos. Faço agrados. E durante quatro dias, levo sua religião no pescoço.

Mas conitnuo intolerante e pouco paciente. Cheguei assim.

Não consigo parar de pensar, por mais que queira, na vida fria londe daqui.

Penso nos problemas de trabalho e na reunião que me aguarda na sexta-feira; em como preciso organizar meu quarto; na festa que gostaria de dar na nova casa; nas contas para pagar; na viagem programada para o próximo mês; em quem deixei; em quem está por lá...

Penso demais. E forço o sono para conseguir descansar do peso de frases, listas e resoluções que não me deixam. Ainda não encontrei minha receita para o não pensar.

Procuro o mar. Procuro amigos. Procuro dendê. Procuro relaxar.

Procuro escrever um texto bonito relatando meu retorno à cidade que adoro, mas só consigo escrever esse monte de idéias soltas e tortas. Não fico satisfeita.

Se pudesse, deletaria tudo e começaria de novo. Mas não sinto que conseguiria retratar bem tudo o que sinto nesse momento. Às vezes é assim. As palavras me frustam... estou chata.

Quero sol. E sal.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sempre ele

A sala continua sem móveis, as caixas continuam ocupando espaço no quarto e eu continuo tentando arrumar a vida.

Organizo mentalmente todas as pendências em planilhas imaginárias que no segundo seguinte desaparecem com a mínima intenção de transferência para um papel.

Me perco, me acho, desisto, insisto, aproximo e me afasto. Sinto e observo. Sento e digito. Deito e me canso. Sonho e desperto.

Escrevo bobagens. Invento uma cartilha. Refaço o manual. Faço graça, faço manha, faço angústias, faço tempo.

Misturo esse tempo. Às vezes me escondo, fujo e evito que ele passe por mim. Outras vezes o persigo loucamente como se da sua captura dependesse minha vida.

Não me entendo. Só entendo que sinto tudo e mais um tempo.

domingo, 2 de maio de 2010

Como a seleção de 82...

Não tenho nenhuma relação com futebol. Não sou torcedora, não entendo, acompanho ou me interesso pelo tema.

Quando criança me irritava quando meu pai ficava hipnotizado na frente da TV assistindo a algum jogo (qualquer um) e não me dava atenção, não brincava comigo - mesmo que fosse de jogar bola. E ainda fazia piada dizendo que nasci num sábado e atrapalhei o "baba" dele.

Fui uma única vez na Fonte Nova, assistir ao clássico Ba-Vi, levada por uma amiga de escola e o pai dela, tricolor. Ficamos na arquibancada especial, de frente para a Bamor. Durante o jogo fiquei fascinada pela torcida organizar azul, vermelha e branca e virei simpatizante do Bahia. Sei cantar o hino e tenho uma camisa. Mas não tenho idéia em que divisão o time se encontra, ou qual a escalação que o fez ganhar o campeonato brasileiro (uma ou duas vezes?).

Acho realmente fascinante e incompreensível essa paixão louca e irracional que algumas pessoas, principalmente os homens, têm por times de futebol. Mas acho bonito de ver, confesso.

Em SP parece que tudo é mais potencializado ainda, talvez pelo orgulho dos times grandes, com grana e grandes craques, ou pelo simples fato de que aqui tudo tem que ser melhor do que nos outros lugares. Mas também acho bem assustadora a forma frequentemente violenta que os torcedores paulistanos usam para extravasar suas emoções.

No trabalho, preciso pelo menos ter uma noção dos jogos do fim de semana, campeonatos e resultados. Mas só noção, que representa o máximo de relação que me permiti ter com o esporte nos últimos anos.

De pouco tempo pra cá tenho ouvido falar muito sobre jogadores, times clássicos, grandes jogadas, momentos antológicos, partidas disputadas e xingamentos entre torcedores. E volto a ser criança, entediada com esse universo que não me permite concentrar a atenção tão desejada, pelo menos durante 90 minutos. Mas é só birra de menina mimada, carente e insegura.

No fundo, e não deveria confessar aqui, me divirto com tanta paixão, tanto conhecimento representado por datas precisas, listas, nomes e até manias que vêm à tona quando 22 jogadores (é isso mesmo?) entram em campo.

E nunca pensei que ouviria metáforas futebolísticas tão perfeitas que desmontariam qualquer preconceito que eu pudesse ter com o fantástico mundo do futebol.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Faxina

Mergulhei em um passado digital para organizar as gavetas, fechar as caixas, renomear as pastas e organizar a vida.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dez de Abril

Digo palavras difíceis, às vezes até formais, saídas de romances antigos.

Digo frases simples, escritas durante o dia, divididas em cem partes.

Digo declarações secretas e susurradas ao pé do ouvido.

Digo carinhos com os dedos, boca e corpo inteiro.

Digo com os olhos que sinto vergonha do olhar.

Digo com o sorriso que, agora, não é mais possível parar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Digo ou não Digo?

Agora não... depois.

;)



"Sempre penso em seis coisas impossíveis antes do café da manhã". Alice de Tim Burton é legal, mas nada além disso.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Toneladas de Desejo

Na véspera do feriado fui ver a Timbalada em SP.

Sempre gostei muito de tambor - o sangue não nega - e muito da banda. Frequentei o Candeal Gueto Square durante anos, sem dúvida nenhuma que era um dos lugares onde eu mais adorava ir e mais me divertia.

Mesmo antes de mudar para São Paulo não aparecia mais em shows de axé... só vez ou outra quando saía com algumas queridas amigas. Acho que quando descobri as bandas de rock em Salvador, que tocavam em lugares menores, mais vazios e baratos, fui me envolvendo, envolvendo, e perdi a paciência para multidões, apertos e.. sei lá.. chatices minhas.

Como eu quase nunca consigo visitar Salvador e, quando vou, sempre no período do Reveillon, dificilmente encontro shows das bandas que gosto, aproveitei como boa retirante a empolgação de Biscaia e cia. para matar as saudades.

Fui muito bem acompanhada para um local meio esquisito, fechado, tipo casa de show com boate, que em nada lembrava os ambientes de festas na terra natal - pelo menos os que eu frequentava. Mas, fora seguranças repressores que nos deram carão dizendo "isso aqui não é a Bahia" no auge da empolgação de Chame Gente (onde eu quase chorei de emoção, confesso), tudo foi muito bom.

Em umas três horas de show, com repertório quase todo próprio, eu lavei a alma de água, cerveja e suor. E dancei, e berrei e aproveitei ao máximo o pedacinho da Bahia que veio até mim.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

... e tenho muito sono de manhã

Hoje Murphy quis me irritar, mas não conseguiu.

Eu, feliz da vida, não permiti que um velho rabugento estimulasse qualquer mau pensamento. E nem me esforcei muito para isso.

Se ele tem sua lei, tenho boas lembranças com gosto, cheiro e trilha sonora.

sábado, 17 de abril de 2010

Nomenclatura

De repente, os dias se tornaram insuportavelmente longos e as noites paulistanas mais bonitas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um sal a mais

No dia do descanso, ela espera pela cama.

Lava pratos, roupas e a alma.

Fica feliz por não saber cozinhar.

Se preocupa pelo excesso de verdades, mesmo que em pequenos detalhes.

Parece estranha pelo questionamento do outro de algo tão natural, pelo menos para ela.

E enfim percebe que tudo muda: pessoas, atitudes, percepções, carinhos...

Mas está feliz, montando sua nova cartilha de relações e se deixando levar para qualquer lugar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Distante do mar

"E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar"

Acapulco. Joaquim Távora. Vila Mariana. Paraíso.

Apesar do dia cheio e cheio de trapalhadas, a noite terminou bem.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Arco e íris

E pensou sobre as cores...

Aqui, neste lugar, quer encontrar o calor e aconchego necessários para sentir que nunca mais precisa sair, ou pensar em voltar.

O mundo não é sempre cor-de-rosa. É vermelho, amarelo, azul, verde, preto, branco, roxo e neon.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ela

Hoje ela foi provocada. E pensou sobre a felicidade. Sobre a melancolia. E sobre a tristeza.

Pensou sobre a "insustentável leveza do ser" e sua busca desesperada por tirar o peso da face.

Lembrou ter escutado recentemente que estava "luminosa" e como aquilo a deixou satisfeita.

Em como é bom se deixar levar ao mesmo tempo que agarra com toda a força a direção da sua vida, por mais contraditório que isso possa parecer.

Questionou sobre o que a deixa angustiada. Avaliou as raízes de suas neuroses. Se afundou nos sentimentos até que retornou à superfície.

Seguiu pensando, pensando, pensando... e sorriu, feliz da vida, pela vida.

Até que parou e escreveu, usando um pronome que pareceu tirar toda a responsabilidade e verdade descritas pelo eu.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Culpa do frio

Estou preguiçosa.

Mentira, eu sou preguiçosa.

Mas tenho momentos de disposição para escrever aqui.

Sempre penso em escrita, principalmente durante o dia, a partir de situações, conversas ou qualquer coisa. Mas não tenho colocado no papel ou digitado por aqui.

Já iniciei parágrafos mentais, troquei palavras... mas nada se tornou real.

E, para completar a cara-de-pau, venho aqui não para vomitar algo interessante; venho somente para preencher o espaço com a justificativa que toma o lugar do que poderia ser, pelo menos, agradável aos meus queridos leitores. Isso sim é preguiça mental.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

"...no puede cambiar de pasión!"

Sei que não é novidade, que andei escrevendo pelos blogs da vida (os meus blogs da vida), que a beleza me emociona profundamente. Que sou capaz de chorar discretamente ou torrencialmente por tristezas, alegrias ou apenas pelo que me faz acreditar na capacidade do outro de produzir algo genial.

Assisti ao vencedor do Oscar 2010 na categoria de melhor filme estrangeiro "O Segredo dos Seus Olhos". É o tipo de filme que ainda hoje, quando penso em detalhes da trama, nas sutilezas usadas pelo diretor, nas atuações, sinto coisas. É, coisas. Porque em duas horas senti de tudo. Lá tinha drama, comédia, suspense, romance... tudo.

A história é boa. Isso já ajuda. Mas a forma como ela foi contada muda tudo. Sem recursos mirabolantes ou sei lá o quê. Os detalhes é que importam. Gosto desse tipo de quebra-cabeça. E gosto de me sentir muito esperta quando, por alguma frase dita, desvendo antes de ficar explícito o que acontece no final.

Campanella, que depois descobri ter dirigido episódios de dois seriados que gosto muito, Law and Order e House, ganhou todo o meu respeito. Ricardo Darín e Soledad Villamil me deixaram completamente apaixonada por ambos. Os olhares contidos e loucamente apaixonados, a dificuldade de comunicação para expressar um sentimento arrebatador e... os dois eram lindos.

Eu poderia escrever milhões de palavras aqui citando cenas, personagens, reviravoltas, movimentos de câmera (nem reparo muito nisso mas nesse filme dá vontade de falar)... mas prefiro ficar quieta. Já racionalizei e descrevi demais. Quero guardar as sensações e ir no cinema de novo, rever tudo de novo.

Gosto de ser provocada dessa maneira. Gosto muito de sentir essas "coisas" estimuladas pelo que não tem a ver comigo mas, mesmo assim, faz parte de mim. Dá pra entender?

quarta-feira, 31 de março de 2010

Sobre o esquecimento

Hoje eu gostaria de escrever um montão de coisas.

Mas não farei isso. Esqueci.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Aniversário de Salvador

Me pediram no trabalho um texto sobre a cidade, já que ninguém melhor do que eu na redação paulistana poderia fazer isso.

E fiz.

Eis o resultado. (não consegui colocar o link aqui).

Salvador é banhada por uma baía de todos os santos, encantos e axés. Cidade de 365 igrejas, apesar de ninguém nunca ter conhecido alguém que contou, e talvez tenha o mesmo número de terreiros de candomblé.

De acarajé e dendê, mas também do pãozinho delícia, carne de sol com purê de aipim, suco de umbu, picolé capelinha, sarapatel e caldo de sururu. De *sinaleira, passadeira, mulequeira, do "men", do "rei", de ser "massa", do "cumê água", "bater baba", do pão cassetinho e da letra E, aberta como se existissem milhões de acentos agudos nela!

A cidade completa hoje 461 anos. Foi a primeira capital do Brasil e atualmente é a 3ª maior do país. Cresceu muito para provar que baiano não é preguiçoso como dizem por aí. Cresceu sem a estrutura necessária para isso. É grande e ainda provinciana. Não oferece bons salários, boa profissionalização ou boas condições de trabalho para desaparecer com a afirmação "a prestação de serviço é muito ruim". É sim. Mas em outras cidades, inclusive nas duas maiores do país, acontecem também (em maiores ou menores proporções, claro).

A falta de educação no trânsito assusta; a falta de educação nas ruas que muitas vezes cheiram a urina incomoda; a falta de dinamismo e a filosofia de "tudo se ajeita no final" irrita. Não negarei nenhum desses grandes defeitos.

Mas apesar de tudo, Salvador provoca paixões arrebatadoras em quem a visita pela primeira vez. E uma saudade imensa em quem sai de lá. Ela é musical, mas não só das músicas que todo mundo costuma ouvir no carnaval. Lá tem jazz no pôr-do-sol, tem afoxé nas escadas da igreja, tem rock no rio que é vermelho, tem salsa, rap, mpb, heavy metal, sinfonias e até uma guitarra que é baiana.

É bonita vista da Ilha de Itaparica, do Porto da Barra, da Ponta de Humaitá, do Santo Antônio além do Carmo, da Ribeira, de onde é alta, de onde é baixa, de onde a alta se encontra com a baixa e vira uma coisa só.

E o sorriso largo e o acolhimento soteropolitano também merecem respeito. Existe carinho, cuidado e vontade de ajudar, de conversar, de hospedar e mostrar o que é que a Bahia tem para quem nunca esteve lá. Existe uma proximidade fácil que, para quem viveu a vida inteira na cidade, passa desapercebida mas é gritantemente sentida para quem cruza sua fronteira.

Em Salvador existe um artista em cada esquina, só para comprovar a máxima de que "baiano não nasce, estreia". E tem capoeira, poesia, artesanato, teatro, mímica e canção. A cidade é preta, com a maior população negra fora da África, e não nega a herança pela culinária, feições, palavras e expressões.

A aniversariante de hoje é multicolorida; uma jovem senhora cheia de charme, malícia e cheiro de mar, que provoca sentimentos intensos e opostos em quem se aproxima.



Um dica soteropolitana de quem sabe o que está falando com conhecimento de causa e coração apertado pela distância: Vale a pena conhecê-la.

sábado, 27 de março de 2010

Por enquanto

Quero dormir bem, todas as noites
Quero sonhar e acordar sorrindo
Quero tomar banho de mar todos os dias
Quero não sofrer com o frio
Quero não sofrer por amor
Quero não sofrer por motivo algum
Quero conhecer o mundo, cada canto dele
Quero conversar com pessoas interessantes
Quero ver todos os filmes e seriados
Quero ler todos os livros
Quero publicar pelo menos um
Quero escrever uma história em quadrinhos
Quero escrever um roteiro que vire filme
Quero perder a vergonha de dançar em público
Quero encontrar quem saiba me conduzir numa dança
Quero me apaixonar loucamente e sentir que é recíproco
Quero sentir orgulho do que vejo no espelho
Quero ter todas as tatuagens que tiver vontade
Quero não ter alergia e usar qualquer brinco nas orelhas
Quero nunca me arrepender de mudanças no cabelo
Quero aprender a cantar sem desafinar
Quero reaprender a tocar piano
Quero gargalhar até chorar mais vezes
Quero chorar quando precisar mas sem que ninguém veja
Quero ter um programa de entrevistas
Quero ter uma coluna semanal na Folha de SP
Quero abraçar Chico Buarque, Almodóvar e García Marquez
Quero aprender a falar várias línguas
Quero que me excitem muito, sempre e lentamente
Quero que meu corpo seja tocado como nos pensamentos
Quero conseguir controlar todos os meus sentimentos.
Quero isso e só... até amanhã, pelo menos.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Minha cara

Virei a louca da decoração.

Quero pintar paredes, prender prateleiras, espelhos, comprar cama, cômoda, pendurar quadros, fotos, frescurinhas, encher o ambiente de informação e deixar tudo multicolorido.

Quero fazer tudo ao mesmo tempo e agora.

Mas não tenho dinheiro para tanto.

Ansiosa? Eu? Claro que não... ;)

domingo, 21 de março de 2010

Na falta do que dizer, escreveu

Exausta.

De muita coisa nova ao mesmo tempo.

De coisa antiga.

Da lista mental de tudo o que deve ser resolvido.

Dos itens no papel que precisam ser riscados.

Das noites mal dormidas.

Das gargalhadas curtidas.

Da nova rotina.

Exausta de tudo ao mesmo tempo o tempo todo.

Exausta mas feliz pelo mundo que se move; pelo meu mundo que segue.

Pela vida que não pára, por mais que a gente tente.

Pelo muito ao mesmo tempo.

Exausta da exaustão que logo menos se transformará em rotina.

E assim, o cansaço pode chegar, pode sair, pode voltar e mais uma vez sumir.

Nada que uma boa noite de sono no chão do meu novo mundo não resolva.

Boa noite.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Oi Paraíso!

Ela estava parada na frente da nova casa enquanto suas coisas eram descarregadas, carregadas e amontoadas de forma rápida, fácil e indolor por "anjos da guarda" que nunca tinha encontrado antes.

Ela usava botas, jardineira, mochila de bolinhas e segurava Amadeus, seu macaco de pelúcia, enquanto esperava.

Ouviu, com graça, que estava ali com seu fiel escudeiro. E se viu como os outros a viam. E sorriu do seu ar infantil em uma situação totalmente inoportuna para isso.

E pensou "ah, não preciso vestir roupas sérias para me resolver". E agarrou Amadeus com força até que os dois chegaram ao 13º andar.

Ela se sentiu feliz. Agora, em uma nova vista, tinha todo um mundo inteiro de possibilidades pela frente.

E o prazer de saber que conseguiu mais uma vez, tomou conta do ambiente ensolarado com vista para o parque.

terça-feira, 9 de março de 2010

Tchau Paim - parte 2

Estou exausta.

Já chorei. Pelo menos três vezes. Me desesperei. Surtei mesmo.

Chorei de tristeza, de angústia, de saudade, de medo.

Me senti só, me senti triste, me senti desamparada, me senti perdida.

Fiquei tonta, enjoada, com dor de cabeça.

Sem saber o que fazer, fui entulhando coisas dentro de coisas que já nem lembro mais onde estão.

Pedi ajuda; pensei em pedir ajuda; não pedi ajuda.

Fiz sozinha; alguns amigos vieram ajudar; outros ainda virão.

E fui arrumando, parando, arrumando, parando, arrumando...

Sentei no chão e olhei para a janela. Desde ontem, sempre que posso, olho pela janela.

E assim me despeço da Bela Vista.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tchau Paim - parte 1

A sensação é muito esquisita.

É a minha primeira mudança sozinha. E só consegui começar a desarrumar a casa dois dias antes da saída oficial.

Parece que todas as caixas, malas, sacos, compartimentos nunca serão o bastante para o que surge a cada gaveta aberta ou cantinho desvendado.

Retiro e jogo fora lembranças de um passado, cartões de visita, recados, roupas e sapatos.

Jogo fora o excesso; e sinto que ainda falta muito.

Talvez amanhã eu chore. Hoje ainda não.

domingo, 7 de março de 2010

Não se afobe não...

Estou angustiada, por uma série de questões.

Vou me mudar. Soube que precisaria sair do apartamento no Carnaval e teria um prazo muito curto para encontrar outro lugar.

Não encontrei nenhum na área onde gostaria e pelo preço que eu gostaria. Até que, já exausta, doente e sem saber o que fazer, recebi um convite. E topei.

Dividirei apartamento. Casa de mulherzinhas mesmo. Eu e mais duas. E nem havia cogitado essa possibilidade. Por gostar de morar só, por gostar da independência, talvez por ser filha única de família pequena que nunca teve a casa cheia.

Mas o "universo cospirou" e vou para o Paraíso (ou Vila Mariana, segundo o google maps). Essa é outra questão. Sempre fui muito apaixonada pela região onde moro, no centro, próximo da Paulista.

Continuarei próxima da Paulista, mas menos, e no outro extremo.

E às vezes fico eufórica. Às vezes assustada. Com a âncora que me puxa para baixo, contra as mudanças, e os balões que me levam para voar alto e explorar novos mundos, hábitos, caminhos.

Não tenho idéia de como será. Só sei que tenho dois dias para arrumar tudo, encaixotar tudo, resolver tudo, e sair do meu apartamento. Lugar de momentos muito felizes e muito tristes. Com histórias e histórias para contar e guardar em quase dois anos.

Acredito até que ter ficado doente também pode ter sido um empurrão (torto) do destino para que eu me despedisse em grande estilo, ficando 4 dias sem colocar os pés para fora dessas poucas paredes. Olhando e me despedindo de cada detalhe. Tudo bem que eu preferia estar bem, otimizando o tempo e adiantado o possível. Mas precisei parar um pouco para cuidar de mim.

O trabalho também me deixou um pouco angustiada. Pessoas me confundem. E questiono se falo demais e se realmente vale a pena ser correta o tempo todo, nunca faltar, sempra seguir as regras, ser caxias... pior é que não consigo ser diferente. Mas um reconhecimento seria bem vindo. Até recebi um, que me deixou bem feliz. Mas logo depois acontece outra coisa que me faz refletir e questionar o que estou fazendo da minha vida profissional. Queria ter projetos meus. Queria saber como colocá-los em prática. Queria um mundo.

E agora, um novo mundo se aproxima. Que seja o início de uma boa fase. Eu mereço.

Noite ensolarada

Mas aí, recebi visitas queridas e parei de me sentir tão só.

Ah, essa montanha-russa emocional que não me deixa respirar em tom contínuo.

sábado, 6 de março de 2010

Dia chuvoso

Hoje me senti sozinha; profunda e completamente só.

Meu pânico de mudanças se manifestou, junto com uma doença chata, que não me deixa ser ativa e me resolver.

E me sinto sozinha.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Eça de Queiroz

Outro dia pensei sobre a literatura na minha vida; em como gosto tanto de escrever mas sou uma leitora terrível. Que eu deveria me esforçar mais, até para treinar a questão da concentração que é o que me afasta dos livros.

Amo enlouquecidamente alguns e admiro profundamente quem é capaz de usar bem as palavras, pensar em tramas, desenvolver diálogos e te transportar completamente para realidades desconhecidas. Me envolvo muito, mas leio muito menos do que gostaria.

E pensando em literatura, do nada, lembrei de Eça de Queiroz. Ele nem é meu preferido, mas gosto muito de Primo Basílio e das adaptações que vi na cinema e TV (Os Maia, O Crime do Padre Amaro e Singularidades de uma Rapariga Loura). Pois é... pensei nele, do nada.

Fato é que nos últimos tempos o "destino" ou sei lá o quê tem me dado vários sinais estranhos e doidos de para onde minha vida deve seguir.

quarta-feira, 3 de março de 2010

"Je" me quitte pas

Saí de casa às três da tarde para tentar resolver problemas e voltei para casa às quatro e meia da manhã sem voz, levemente bêbada, sem problemas resolvidos, mas leve pela diversão que São Paulo me proporciona de vez em quando.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Compositor de Destinos

Hoje relembrei sensações do meu início em SP, logo que cheguei.

Em 16 de fevereiro fiz aniversário de dois anos na cidade, mas o dia passou e nem percebi. Foi na terça-feira de Carnaval e eu estava muito ocupada cuidando do trabalho para pensar ou lembrar disso. O que é bom.

Nunca fui muito boa com datas, mesmo as marcantes, e às vezes até prefiro não lembrar mesmo, sei lá, para evitar a sensação estranha de como o tempo passa rápido.

Mas parando pra pensar, com dois anos de SP, até que estou me saindo bem.

E hoje, em um ponto de ônibus, embaixo de uma árvore num dia chuvoso, sei lá porque, lembrei dos primeiros dias na cidade, logo que cheguei, no Butantã, antiga morada dos Brandões.

Talvez pelo bairro residencial, com cara de residencial, diferente do centro efervescente onde moro.

Não sei, mas até lembrei do cheiro que a cidade tinha, das cores, de tudo tão diferente aos sentidos acostumados à outra vida, outra realidade.

E o tempo passa, sem esperar por ninguém; você que corra atrás dele implorando para que os momentos bons durem uma eternidade, e que os ruins não ultrapassem poucos segundos. Às vezes ele até te atende.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Do sebo até a Paranaguá

Apesar do cansaço, preocupações e pensamentos incômodos, soltar várias gargalhadas numa noite não programada para isso não tem preço.

E eu gosto de dar gargalhadas. Das altas. Sem pudores.

Dizem que faz bem para os músculos do rosto. Me exercitarei mais.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Histeria

Teu nome é BBB10!


Sinto que toda a energia foi sugada de mim, corpo e mente. E ainda tenho mais dois dias pela frente. E talvez mais, com menos tempo, menos disposição, mais angústia, ansiedade.

Na terapia conversamos sobre sempre ver os dois, ou mais, lados. De algumas situações realmente eu não consigo; para mim são atitudes feitas intencionalmente para mandar recados diretos de quem nunca teve coragem de falar nada - principalmente o que era importante.

Mas em outras tenho feito sim, às vezes sem perceber; em outras me esforço para mudar, para melhorar. E o interessante é notar diferenças sutis em mim, na forma de pensar, me importar, de externalizar, me resguardar, analisar, sofrer, vibrar, me entregar...

Claro que a gente não muda da noita para o dia mas, aos pouquinhos, pensando, repensando, conversando, crescendo, amadurecendo, enfrentando a vida (tá, isso aqui realmente está parecendo discurso de BBB que foi mandado pro paredão), a visão de mundo muda. E a vontade de só dar importância ao que realmente merece toma conta.

Ainda não cheguei onde quero. Talvez nunca chegue. No equilíbrio necessário para uma vida sempre boa e feliz. Tenho meus momentos, como a maioria.

Hoje escrevo um monte de bobagens, daquelas que estão passando pela cabeça e vou digitando sem reprimir muita coisa além de nomes e detalhes.

Ouço pouco, mas me faço presente sem saber por quê. Às vezes só quero dizer "oi". Às vezes, quero que meu "oi" diga muito. Ou nada. Hoje quis apenas matar uma vontade boba de ser ouvida por uma voz sempre presente. Numa pausa de preocupações para falar sobre os problemas enquanto tento esquecê-los. Rápido, indolor e sem consequências.

E continuo aqui, escrevendo o que sai, sem grandes pudores. Acho que minha mente cada vez mais fica condicionada a usar a sutileza para descrições que não sobreviveriam ao explícito em um blog. Eu não sobreviveria outra vez.

Sim, sou uma garota frágil.

Mas talvez mais forte do que acredito ser.

Tá, agora definitivamente pareceu conversinha de BBB. Será que existe um tipo de ghost writer para escrever os textos de realitys shows? Seria um bom trabalho... se pagassem bem, claro.

"Ghost writer". Glamurizei demais. Roteiristas devem fazer um parágrafo com temas para começar barracos e repassar para o povo. Certeza!

Chega. Tenho pizza da Don Rafael na mesa, brownie da Bella Paulista na geladeira e ainda perco tempo aqui, escrevendo bobagens. Vou é engordar para arrumar outro motivo que alimente minhas reclamações.

Finalização perfeita para um texto com o título de histeria.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Questionamento do dia

Qual é o seu lugar, Paloma?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O que a baiana tem?

Noite boa, tensa e intensa.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Queria estar no trio de Armandinho, Dodô e Osmar

Último dia na redação.

Mas quando você pensa que vai ter um descanso, leva uma rasteira e começa tudo de novo.

A vida às vezes é tão cansativa... porque é sempre assim: um ciclo constante de problemas para resolver e alguns poucos prazeres que aparecem nesse meio tempo.

Pessimista? É, estou. Estou cansada. Alguém pode me explicar pq uma injeção extremamente dolorosa, que te deixa dias dolorida, demora tanto pra fazer efeito?

Mas, para comemorar o fim do meu Carnaval, eis a letra de uma música que relembrei através de Maria e me trouxe uma nostalgia incrível de criança, quando minha mãe colocava pra tocar um vinil clássico, acho que de Armandinho e Moraes Moreira, com músicas como Chame Gente, Chão da Praça e Vida Boa - tudo a ver com meus questionamentos sobre o universo, num climão que preciso incorporar daqui pra frente:

Lua no mar
Vendo a canoa passear
A vida boa passa do real que há
Coração
Será que tá boa?

Na paz, depois
Depois da paz
Eu quero paz
Aonde o sonho vai, meu sonho vai
Meus sonhos vão
E a parte quente de repente tá na mão
Meu coração
Você que faz a minha vida variar

Tá na luz que passa pelo ar
Passa também pelo seu olhar
Ai, morena, faça o que eu sonhar
Que mágica boa!
Meu amor, cadê você?
Olê, olê, olá
Ê, você, olê, olá
Olê, olá que é pra canoa não virar
E a vida boa na cabeça vadiar
Coração
Será que tá boa?

Na paz depois,
Depois na paz
Eu quero mais
Aonde você vai
Meu sonho vai
Meus sonhos vão
A parte quente que pressente a sua mão
Meu coração
Você que faz a minha vida variar

Tá na luz que passa pelo ar
Passa também pelo meu olhar
Ai, morena,
Abraça se eu chorar
Que mágica doida!
Meu amor, cadê você?
Olê, olê, olá
Ê, você, olê, olá


Vida Boa - de Fausto Nilo e Armandinho.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mudança

E agora?

Não sei o que fazer...

Faringite

Hoje usei pela primeira vez o plano de saúde que comecei a pagar sozinha.

Foi engraçado. Só eu devo achar esse tipo de coisa engraçada "usar pela primeira vez o plano de saúde"... rs... mas quem era tão dependente, da mãe marcar consulta e levar em médico, é uma sensação de independência plena, ou algo do tipo.

Mas usei o plano. Num hospital pertinho de casa. E tomei benzetacil.

Pois é.

Tenho traumas de criancinha, quando tive broncopneumonia e precisei tomar três injeções por dia durante uma semana. Não sei se foi tudo isso, mas acho que foi. Era terrível.

E até o tal acidente de carro, tinha verdadeiro pavor de agulhas por causa disso. Até o acidente pq naquela época foi quase um ano inteiro sendo furada (lá ele).. então acostumei com a dor.

Mas benzetacil dói. Muito. Mesmo em mulheres adultas e independentes que usam pela primeira vez seu plano de saúde.

E esse carnaval que não acaba.

A luz que me alimenta

O dia me deixou melhor.

Mas vou no médico para tentar não passar outra noite infernal, com insônia e loucuras passando pela cabeça.

Porque a quarta-feira de cinzas está demorando tanto pra chegar?

Insone

Cansei de ser independente. Quero ser cuidada!

Odeio ficar doente.

Odeio não conseguir dormir e passar a madrugada tossindo e pensando que devia ter ido logo no pronto-socorro, que minha automedicação não está adiantando porcaria nenhuma e que amanhã tenho que acordar cedo pra ir trabalhar.

Talvez eu amanheça melhor e esqueça tudo. Mas acho que passar no médico depois do Virgula será necessário.

Nessas horas é bem ruim ter uma mãe na Bahia e um pai na África. Tô carente.

Ainda nem tentei baixar Lost. Droga.

E a Beija-Flor acabou de entrar na avenida. Sem a menor paciência para desfiles de escolas de samba.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Confissões de uma mente atormentada

O Carnaval começou assim: esquema de plantão surreal, propostas de mudanças e gripe.

No sábado meus pais ligaram:

Mãe: Palominha, advinha onde estou? No Farol da Barra, sentadinha na sombra, olhando pro marzão, esperando os trios começarem a passar.

- Só não xinguei pq fiquei feliz por ela ter saído de casa e estar se divertindo.

Pai (que finalmente deu notícias da África, para onde ele se mudou há uma semana): Oi filhinha, está tudo bem aqui, o lugar é lindo, o clima agradável e as pessoas ainda estão suportáveis.

E continuei sozinha na redação até não aguentar mais e partir para casa no meio da tarde, para terminar o trabalho de lá.

Não é legal trabalhar sozinha no Carnaval (apesar dos meus dois queridos plantonistas que trabalham online). Não é legal ficar doente e sozinha no Carnaval.

Acho que esse está sendo o mais solitário de todos desde que nasci (dramática? não!). Mas também faz parte de estar morando só, em SP, e de trabalhar nos feriados e finais de semana. Se não fosse isso, agora eu estaria no Rio ou no interior de Minas, pelos convites de pessoas queridas que recebi. Doente ou não, eu estaria.

Enfim, chega de mimimi... voltarei para as galerias das gostosas nas escolas de samba, dos famosos nos camarotes, das roupas das cantoras de axé e tudo sobre um carnaval que está bem longe de mim nesse momento. Tudo bem, nunca gostei mesmo.

Mentira.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Feriado dos Infernos

E eu que pensei que não poderia piorar.

É castigo?

Enfim, que a quarta-feira de cinzas chegue logo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pesadelo

E mais uma vez ela segue sem compreender como funciona o mundo dos sonhos.

Cheio de referências, sensações e sentimentos.

Sentimentos intensos, resgatados, relembrados e revelados.

Ela sente sono...

Mas percebe que nesse momento é melhor mergulhar na realidade de contas para pagar e casa para arrumar, do que se entregar ao surreal que a assombra de vez em quando.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Meio Carnaval

Como diria Caetano...

Atrás do trio elétrico
Só não vai quem já morreu
Quem já botou pra rachar
Aprendeu, que é do outro lado
Do lado de lá do lado
Que é lá do lado de lá

O sol é seu
O som é meu
Quero morrer
Quero morrer já

O som é seu
O sol é meu
Quero viver
Quero viver lá

Nem quero saber se o diabo
Nasceu, foi na bahi ...
Foi na bahia
O trio elétrico
O sol rompeu
No meio-dia
No meio-dia

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Do outro lado do mar

Nesse momento parte do meu coração já deve ter desembarcado na África.

Impossível não imaginar leões, zebras e girafas atravessando a rua.

Que o sol não seja tão forte, as mulheres sejam bonitas e tudo seja muito agradável para que ele seja feliz.

Queria notícias.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Malanje

De repente, do nada, após cumprimentos e amenidades, ela fica sabendo de algo que mudará tudo.

E o coração dispara, as preocupações e indagações invadem a cabeça e ela fica sem chão.

Claro que fica feliz pelas novidades, mas a impossibilidade da despedida, pelo menos da despedida, a entristece profundamente.

Sem pensar, busca conforto no passado; talvez não devesse, afinal é passado. Mas ela simplesmente segue o instinto deixando a racionalidade de lado, como sempre.

Tenta não se arrepender, apesar da certeza que não devia ter feito. Mas naquele momento, só queria desabafar com quem a entenderia bem. E depois de feito, o desfeito não merece energia.

O tempo passará rápido, mais rápido do que ela consegue pensar. Como conseguiram guardar segredo? A distância facilita isso, claro.

Ela teme pela saúde dele. Teme por seu bem estar. Teme pela saudade.

Ela fica feliz pelas novas possibilidades, por uma nova vida, um novo continente.

E se preocupa, além dela, com quem ficará cheia de saudade e com menos um para contar.

Mas assim é a vida.

E que os três consigam levá-la da melhor forma. Se não melhor, menos dolorosa.

Agora ela tem um novo destino para as férias.

Meu mundo colorido

No fim do ano passado, em um domingo de folga, saí para levar Tomaz no parque com Juana, como costumávamos fazer e por conta dos meus novos horários de trabalho nunca mais tinha acontecido.

Antes de encontrá-los fui abordada por uma menina na rua. O resultado está aqui http://www.juratanamoda.com.br eu, me achando gatinha, num site de moda.

Sim, adoro cores fortes e berrantes, adoro. Acho que o mundo colorido fica muito mais bonito.

Minha quarta-feira está curta depois de uma noite longa, onde o passado bateu à minha porta e eu abri.

E apesar de uma leve dor de cabeça - talvez por ter dormido demais, ou de menos - me sinto bem, segura, cheia de certezas, dona da minha vida, da situação, do que quero e principalmente do que não quero.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Hoje molhei meu pé na chuva

Definitivamente não gosto de musicais. Depois de uma sequência tripla de filmes sensacionais, Nine foi só "ok".

Mas o engraçado foi que realmente me emocionei com a história do casal principal - o oficial. Em uma cena específica, para falar a verdade. Enfim.

Nicole Kidman está deformada, Penélope Cruz parece uma mariposa (prova de que uma bela produção, uma boa luz e o "glamour" da fama fazem milagres) e a Sra Loren é o futuro de Vera Fischer.

As outras do elenco são lindas. E Daniel Day Lewis também não está mal.

Dois vivas à superficialidade que não me deixa escrever críticas profundas sobre os filmes que vejo. Engraçado, acho que prefiro fazer isso só quando for trabalho. Aqui, perfiro falar da beleza ou falta dela.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Estrela ou avião?

Up In The Air (Amor Sem Escalas foi uma escolha sofrível de "tradução") confirmou que Jason Reitman se tornou um dos meus diretores preferidos, com seus 3 filmes geniais. Adoro todos. - Obrigado por fumar e Juno são os outros dois.

E o Sr. Clooney... como é que ele pode ser tão lindo sem ser lindo? É o caso Javier Bardem... mas Clooney...

Enfim, suspiros à parte, é engraçada a sensação de já perceber como funciona o diretor, seus roteiros, ou os roteiros que ele escolhe para filmar.

Por mais que, por todos os motivos que sempre nos levam a torcer por um final feliz e tal, o fato de saber que o filme seria muito mais genial se tomasse um outro caminho e ver que sim, o cara responsável por aquilo costuma dar esse toque genial no que faz, transforma a ida ao cinema em algo que valeu muito a pena.

Será que fui confusa? Pareceu tão claro e óbvio quando pensei... :)

Sambão e noite insana

"Acadêmicos do Baixo Augusta
Apavora, mas não assusta!"


E não tenho nada mais a declarar.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sobre alguém

"Sou discreta, apesar das cores berrantes".

É verdade.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Com as cascas de banana

Enquanto me arrumava para sair, encontrei em uma das gavetas algo que não era meu. E guardei onde achei.

Após uma noite de música, cervejas e amigos, voltei para casa levemente bêbada e a primeira coisa que fiz foi abrir a gaveta e jogar o passado no lixo.

Hoje também abri o chocotone que recebi de Natal, e por uma fantasia, uma ilusão, uma conversa, um gosto, um riso doce, mantive intocado. Mas decidi ceder aos meus outros desejos, mais reais e possíveis de serem saciados. E agradeço profundamente por ter finalizado um ciclo (espero sinceramente que sim) e encontrado um chocotone sensacional para matar a vontade de comer algo gostoso após chegar em casa.

Sim, estou um pouco bêbada. Não, isso não costuma acontecer. Não, não costumo escrever nesse estado. Mas andando pela Augusta, debaixo do meu guarda-chuva verde de bolinhas, vim pensando escrita. Inevitável com essa minha retomada de atualizações no soteropolisampa.

Preciso tirar a maquiagem. Escovar os dentes. Banho será dispensável.

Preciso dormir, orgulhosa de mim, por uma série de motivos. :)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Não sou tão criativa para pensar o tempo todo em títulos legais

Isso aqui ainda não tá minha cara...

Que cara, Paloma?

A de cabelão com franja e pontas coloridas? A de cabelo curto, escuro e com fios brancos? A com tatuagens? Sem tatuagens? De olhos castanhos no escuro e verdes no claro?

Depois eu mudo o layout de novo. Quem sabe quando finalmente conseguir parir a resenha sobre a trilha sonora de True Blood...

Porque mesmo ainda me ofereço para escrever sobre música? Eu não sei escrever sobre música.

Gilberto Gil canta forró nesse momento no meu som. Antes de vir para cá, para frente do computador, lavei pratos e coloquei roupas na máquina de lavar dançando forró sozinha pela casa, quanse montando uma quadrilha minha comigo mesma.

E a vida fica risível em diversos momentos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Perdida, eu?

Eu moro sozinha numa cidade que não é a minha. Me sustento. Cuido da casa.

Já consertei um vazamento no banheiro*, matei baratas** e quero pintar uma parede.

Mas hoje não consegui baixar uma música e me desesperei ao perceber que Lost vai recomeçar. A ÚLTIMA temporada vai começar. Nos EUA.

Agora sim quero ver minha verdadeira independência se manifestar. E vai. Darei um jeito. Como tenho feito com tudo.

Daqui a pouco oferecerei serviços de consultoria: "Papá ensina a se virar". rs. Ok, soou ridículo. Nem sou boa dona de casa. Mas também, querer perfeição de uma pessoa só é demais. :)

* ok, não foi nenhum mega vazamento... era uma água que saía do box depois do banho e foi contida com silicone. Mas fui eu quem comprou a bisnaga, aplicou e resolveu o problema.

** tá, são mini-baratinhas, mas não menos nojentas e assustadoras que as mais desenvolvidas da espécie.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O tempo

10 anos de carteira de motorista.

É...

Pois é.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Não é só H2O

Hoje me inclinei para fora da janela; o céu estava cinza e eu quis sentir o cheiro da chuva.

E percebi que aqui o cheiro da chuva não é igual ao de Salvador.

Lá é muito mais evidente, não sei explicar direito. É como se a água se misturasse com o cheiro de maresia, com terra, areia, grama... mesmo longe do mato, mesmo perto do asfalto.

Eu só sei que sempre gostei muito de sentir o cheiro da chuva. Apesar de não gostar de chuva. Quer dizer... contemplar sim. Banho de chuva também. Sair de casa com chuva não.

Mas é como se a chuva tivesse o cheiro do ar de São Paulo; e eu fiquei, durante uns 10 minutos, com a cabeça para fora da janela, tentando sentir o tal cheiro. Não consegui.

E a nostalgia chegou.

Mas o que ela trouxe, bem, somente páginas cor-de-rosa descobriram.

Releitura de segunda

Os sonhos, quando lembrados no dia seguinte, provocam sensações estranhas. E isso é muito esquisito, afinal, eram sonhos. Reais em seus momentos, mas totalmente perecíveis quando a realidade chega.

E porque então certos sentimentos continuam, persistem com os olhos já abertos? Incompreensível para esta que vos escreve.

Domingo de plantão em casa. Essa é a vantagem de trabalhar com internet. Com um computador e banda larga, tudo se resolve.

Já devo ter comentado, aqui ou no outro soteropolisampa, como essa minha rotina trocada e que vai contra o universo, tem umas particularidades bem interessantes. Por exemplo, sempre odiei segundas-feiras, como uma pessoa normal.

Depois que assumi esse cargo de Editora do Fim de Semana, eu rezo para que a segunda chegue, afinal, ela é meu sábado de um feriado prolongado (porque além da "terça = domingo", ainda tenho uma "quarta = bônus"). E isso faz com que eu seja a única pessoa do mundo - sei que devem existir outras por aí, mas é sempre bom dar uma exagerada - que odeia feriados. Porque neles, eu também trabalho.

Mas até que a vida social não está tão prejudicada assim; tenho corrido atrás do prejuízo para recuperar o atraso da fase de adaptação que durou mais do que deveria. Às vezes durmo pouco, mas isso não se torna um grande problema porque, dependendo do motivo, compensa.

E entre encontros e desencontros, eu vou dando um jeitinho aqui e ali nessa rotina insana de vida paulistana.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

BBB 10

Sim, estou no grupo "fora Tessália".

E sim, chega de tirar o atraso de atualizar um blog por hoje.

Dois a Rodar

No fim do ano fui para um show da Ludov, banda que eu já tinha ouvido falar, mas nunca prestei muita atenção, nunca me interessei.

Mas no show gostei muito do que ouvi, tanto das músicas quanto da voz de Vanessa Krongold. E pós-show, pesquisando e ouvindo em casa, gostei mais ainda, principalmente das letras de Mauro Motoki. É o caso dessa música, de 2004.

Sem sair do lugar, sem saber
sem notar, vi meu pranto ceder
E era novidade chorar por você assim

Se quiser me trocar, devolver, se livrar,
basta não responder,
Não ligar se eu chorar assim sem porquê

Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
beijava-te a mão
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar

Mas se era só por sofrer pra cantar
pra sofrer por cantar
eu te entrego esta minha canção.
Eu te entrego esta minha canção.

Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
beijava-te a mão
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar


Pra quem não conhece, vale dar uma escutada... nos discos velhos e novos. Boa banda.

E não sei se com a idade estou ficando mais chata e mais obssessiva com letras. Na verdade, com a beleza das letras e quem é capaz de usar bem as palavras.

Por isso entro em êxtase quando encontro bons letristas, e fico puta quando ouço pessoas exaltando outras coisas que só porque falam de minhocas, gírias paulistanas e príncipes encantados viram "sensíveis, inteligentes, modernos e divertidos"... não dá! Ou então talvez eu seja tradiciolista demais nesse sentido da apreciação literária. rs

No fim das contas, acho que deu uma nostalgia - Programa Encarte de música e bandas novas... novas pelo menos para mim. :)
E agora parei para pensar no motivo pelo qual criei um blog... de contar minhas aventuras em SP.. mudança de vida, de cidade... citei isso quando falei para o meu novo "chefe" (meu pai odeia que eu use esse termo como bom anarquista-comunista ou sei lá o quê que ele é) sobre o soteropolisampa, numa entrevista de apresentação e avaliação que tivemos essa semana.

Mas quase dois anos depois, isso aqui virou um "muro das lamentações". Acho que porque São Paulo já se tornou parte da minha vida cotidiana.. e é fato: os melhores textos fluem em momentos deprês. Droga! rs

O desespero da venda

Durante dias tive longas conversas sobre redes sociais e suas utilidades, vantagens e claro, danos sociais.

Nunca escondi que de uns tempos para cá evitei mesmo, porque assim como mergulhei de cabeça em vários meios e grupinhos, depois fui apresentada ao pior desse tipo de ferramenta internética: por aqui, anônimos covardes e frustrados manifestam todo o seu veneno reprimido pela falta de culhões de olhar na cara e dizer "não gosto de você".

Porque, parando para analisar bem, as pessoas expõem o que elas querem que as outras vejam, óbvio. E a sensação é que a vida de todo mundo é sensacional. Menos a minha.

Mas eu sei que faço isso também, de diferentes formas, principalmente depois das coisas ruins. Evito várias palavras, frases e relatos pq sei que alguns específicos lerão. Mas não entendo a necessidade de exposição de alguns. Porque o "fazer parte" parece tão fundamental?

E é claro que faço isso quando escolho a cor do meu blog, me preoucupo se escrevi direito ou destaco determinamos artistas que gosto... eles me fazem parecer mais legal e interessante. Não vou colocar coisas que, não nego, mas é melhor que apenas os que me conhecem bem saibam que eu gosto, sem julgamentos e críticas.

Sei lá... cada vez mais tudo parece tão montado, forçado e desesperado para se mostrar, se vender.

Mas também, incomoda a mim, pelo tipo de pessoas que eu sou, pela bagagem cultural e emocional que carrego e blablablá.. tem gente que é feliz assim. Tem gente que finge que é. Tem gente que se diverte. Tem gente que se deprime. Tem gente que se permite. Tem gente que não.

Talvez um dia eu volte aos fotologs, eu faça um twitter, eu aprenda a mexer no facebook e comece a postar coisas... mas por agora, ficar quieta no meu canto apenas escrevendo essas bobagens que passam pela minha cabeça me parece o mais saudável e real. Real para a minha vida. Para a vida que eu quero ter.

E hoje ouvi de uma das pessoas que menos me conhece na vida e que apesar de ter um parentesco muito próximo não tenho contato há anos por opção, que fico melhor com cabelos compridos e aloirados. Muito tato, já que acabei de cortar tudo. Tudo. No melhor estilo Felicity de ser.

E o pior é que sei que ela me disse isso, pelo telefone, diretamente de um hospital, exatamente por não ter mais nada para falar, afinal, somos estranhas. Ah, família. Ah, pessoas. Ah, relações sociais.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Coisa de pele

O coração está apertado.

Queria ir para Salvador. Queria estar lá amanhã.

Aprendi a não ter medo de hospitais quando motivos meus me levavam para esse ambiente. Mas só de imaginar que um deles precisa passar o dia, passar por uma cirurgia, passar pelo pós-operatório, se cuidar, ser cuidado... só sinto o coração apertar.

E de longe tudo fica pior. Porque não posso olhar para a cara do médico e sentir confiança; não posso fazer perguntas, não posso saber exatamente o que está acontecendo.

Porque ele não me fala exatamente o que está acontecendo... e quando fala, quando conversamos sobre isso, quando ouço seu ponto de vista sobre o tipo de vida que ele quer ter, aí sim, o coração aperta de vez...

Mas me calo e desisto de argumentar, porque o conheço bem e sei que de nada adianta inverter os papéis e ser a responsável da relação.

Mas o coração aperta só de pensar.

Queria estar em Salvador só para abraçá-lo e sentir que tudo está bem.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

La Vie En Chose

Me deixa quieta no meu canto, que eu sei me virar
As mágoas da vida serviram pra me vacinar
Eu aprendi que não importa o mal,é possivel curar
Dançando tango, comendo pastel, ou no banho a cantar.

Je vois la vie en rose, mon amour
Je parle quelque chose, la belle du jour
Prende la chambre, je m'apelle Charles Asnavour
Pas de chofer, pas de soutien,abat-jour

Às vezes um porre de Vodka pode ajudar
A vida pode ser melhor pra lá de Bagdá.
Outras vertentes holísticas aconselham a meditar
Ou aceitar que vc está na fossa e nela mergulhar.

Je vois la vie en rose, mon amour
Je parle quelque chose, la belle du jour
Prende la chambre, je m'apelle Charles Asnavour
Pas de chofer, pas de soutien,abat-jour

Se mesmo depois disso tudo nada adiantar
Se lembre: o que não tem remédio remediado está
Erga a cabeça, mude de estação e vá se arrumar
Tome alguns goles e saia de casa disposto a flertar.


Música de Bluebell, boa descoberta do acaso no cedo (não tão cedo) e sentado.

E passei o show inteiro pensando: "se essa menina cantasse um cover de 'A História de Lily Braun' ficaria sensacional". Rs.. devaneios de uma fã buarquiana.

http://www.youtube.com/watch?v=E_e4uTxuAkg - não sei colocar link aqui; mas vale copiar e colar. ;)

Dia de retomar o controle e o prazer de estar em casa.

Noite de boa música e banho de chuva, como há muito não tomava.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Bem aqui.

Acho absurdo que Where the Wild Things Are (Onde Vivem os Monstros) tenha cópias dubladas nos cinemas. Não, não é um filme para crianças.

Fico feliz por ter quase 30 anos e que seja um filme para mim.

Pensei que fosse mais infantil, até pelo trailer, fofinho. Mas não é, muito pelo contrário.

Claro que tem seus momentos - impossíveis de não existir juntando um garotinho com roupa felpuda, rabo e orelhas, com monstrinhos gigantes, peludos e de expressões engraçadas; mas é um filme denso, profundo e posso repetir que difícil de digerir, como Alice, minha companheira de sessão, definiu.

E as expressões engraçadas às vezes perdem espaço para uma tristeza tão absurda de imaginar em monstrinhos peludos que, realmente, fica difícil de digerir.

Mas esse filme me fez pensar sobre muito, sobre a vida, atitudes, relações... muito mesmo.

Gostei sim. Bastante. O Sr. Jonze não decepcionou.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

221 B - Baker Street

Parte do meu coração pegou o ônibus e foi embora. Enquanto isso, outro coração chegou pelo correio.

Sentirei uma saudade imensa. Imensa. Principalmente por não saber quando nos veremos de novo. Quando falaremos sem parar de novo. Quando faremos um tour de compras, bares e botecos de novo. Quando dividiremos uma intimidade absurda de duas pessoas que se encontraram no mundo com a certeza de que foram feitas para se encontrar independente do tempo, distância, de tudo. É muito amor. Eu sei. E ela também sabe.

E para distrair a saudade, fui para o cinema. Sobre Sherlock, eu só digo: filme de macho!

Pensei agora, e soltei uma gargalhada sozinha, que Di e eu somos assim: meio House e Wilson, meio Holmes e Watson.

Adoro. São casais perfeitos. Sem tensão sexual. Só complementos e entendimentos.

Robert não decepciona jamais. Se jogassem ele no liquidificador junto com Hugh Laurie, a mistura seria linda. :)

Deu vontade de voltar a jogar Scotland Yard.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Cheiro de casa

Dessa vez minha casa não tinha cheiro. A cidade sim. Senti logo que cheguei, no aeroporto mesmo. O cheiro do ar com maresia, salgado e que tanto me faz falta.

Mas a casa, diferente do ano passado, não tem mais cheiro, o que é estranhíssimo, já que são quase dois anos longe.

Na verdade tudo foi estranho. A sensação era de familiaridade total e completa, como se eu tivesse estado ali no dia anterior.

E dessa vez foi tudo estranho, porque eu sentia tudo ao mesmo tempo. E muito. E ao mesmo tempo.

Mas foi bom, pelo carinho, pelas saudades diluídas em abraços, beijos e conversas, pelos banhos de mar, pelos sorrisos, pelos cheiros...

Pelo menos voltei para SP em muito boa companhia, para amenizar um pouco a angústia e ansiedade.

E a vida segue, na realidade cinzenta e chuvosa, sei lá pra onde.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mamãe Coragem
(Caetano Veloso / Torquato Neto)

Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu fui embora
Mamãe, mamãe, não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí
Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu quero mesmo é isto aqui

Mamãe, mamãe, não chore
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Veja as contas do mercado

Pague as prestações
Ser mãe
É desdobrar fibra por fibra
Os corações dos filhos
Seja feliz
Seja feliz

Mamãe, mamãe, não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz
Mamãe, seja feliz
Mamãe, mamãe, não chore
Não chore nunca mais, não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta

Eu tenho um jeito de quem não se espanta
(Braço de ouro vale 10 milhões)
Eu tenho corações fora peito
Mamãe, não chore
Não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Leia "Alzira morta virgem"
"O grande industrial"

Eu por aqui vou indo muito bem
De vez em quando brinco Carnaval

E vou vivendo assim: felicidade
Na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim
Não tem mais fim
Não tem mais fim



Ontem, antes de irmos tomar banho de mar no Porto da Barra, ela passava protetor solar nas minhas costas brancas queimadas quando essa música tocou no rádio. E ela disse:

- Palominha, essa música é pra mim.

Não tenho tantas certezas assim, só sei que as duas vão chorar, e muito, no aeroporto.