quinta-feira, 3 de junho de 2010

Narrativas sem fim

No início da semana assisti a uma aula de gêneros literários em um cursinho pré-vestibular no centrão de São Paulo.

Os professores ensinam de graça para alunos que só podem estudar à noite em um casarão caindo aos pedaços sem a menor infra-estrutura.

São pessoas de todas as idades, que provavelmente trabalharam o dia inteiro e, mesmo assim, vão pra lá, numa noite fria, para aprender. Porque querem tentar uma vaga em alguma universidade; porque querem ter mais conhecimento.

Eu sei que parece um discurso meio ingênuo, romântico e meio alienado, afinal, milhões e milhões de pessoas se sacrificam todos os dias pra botar comida na mesa, criar filhos, trabalhar, estudar.

Mas na correria do meu dia a dia, são pouquíssimas vezes que me deparo tão diretamente com essa realidade. E fico fascinada com a força de vontade. Do tipo que eu não sei se teria. Acho lindo, por mais difícil que seja.

Porque a busca pelo conhecimento é o princípio de tudo. Tudo. A partir daí você pode transformar a sua vida e a dos outros ao redor. Comecei a filosofar.

Também tenho pensado muito sobre minha vida e o que quero fazer dela. Talvez por isso tenha ficado tocada. Pelos objetivos, pelo foco, pela dedicação de alguns. Às vezes me sinto acomodada e estagnada. Às vezes não.

Só sei que saí do cursinho pensativa e orgulhosa do lindo professor que falou sobre o lirismo das palavras.

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