terça-feira, 27 de abril de 2010

Faxina

Mergulhei em um passado digital para organizar as gavetas, fechar as caixas, renomear as pastas e organizar a vida.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dez de Abril

Digo palavras difíceis, às vezes até formais, saídas de romances antigos.

Digo frases simples, escritas durante o dia, divididas em cem partes.

Digo declarações secretas e susurradas ao pé do ouvido.

Digo carinhos com os dedos, boca e corpo inteiro.

Digo com os olhos que sinto vergonha do olhar.

Digo com o sorriso que, agora, não é mais possível parar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Digo ou não Digo?

Agora não... depois.

;)



"Sempre penso em seis coisas impossíveis antes do café da manhã". Alice de Tim Burton é legal, mas nada além disso.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Toneladas de Desejo

Na véspera do feriado fui ver a Timbalada em SP.

Sempre gostei muito de tambor - o sangue não nega - e muito da banda. Frequentei o Candeal Gueto Square durante anos, sem dúvida nenhuma que era um dos lugares onde eu mais adorava ir e mais me divertia.

Mesmo antes de mudar para São Paulo não aparecia mais em shows de axé... só vez ou outra quando saía com algumas queridas amigas. Acho que quando descobri as bandas de rock em Salvador, que tocavam em lugares menores, mais vazios e baratos, fui me envolvendo, envolvendo, e perdi a paciência para multidões, apertos e.. sei lá.. chatices minhas.

Como eu quase nunca consigo visitar Salvador e, quando vou, sempre no período do Reveillon, dificilmente encontro shows das bandas que gosto, aproveitei como boa retirante a empolgação de Biscaia e cia. para matar as saudades.

Fui muito bem acompanhada para um local meio esquisito, fechado, tipo casa de show com boate, que em nada lembrava os ambientes de festas na terra natal - pelo menos os que eu frequentava. Mas, fora seguranças repressores que nos deram carão dizendo "isso aqui não é a Bahia" no auge da empolgação de Chame Gente (onde eu quase chorei de emoção, confesso), tudo foi muito bom.

Em umas três horas de show, com repertório quase todo próprio, eu lavei a alma de água, cerveja e suor. E dancei, e berrei e aproveitei ao máximo o pedacinho da Bahia que veio até mim.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

... e tenho muito sono de manhã

Hoje Murphy quis me irritar, mas não conseguiu.

Eu, feliz da vida, não permiti que um velho rabugento estimulasse qualquer mau pensamento. E nem me esforcei muito para isso.

Se ele tem sua lei, tenho boas lembranças com gosto, cheiro e trilha sonora.

sábado, 17 de abril de 2010

Nomenclatura

De repente, os dias se tornaram insuportavelmente longos e as noites paulistanas mais bonitas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um sal a mais

No dia do descanso, ela espera pela cama.

Lava pratos, roupas e a alma.

Fica feliz por não saber cozinhar.

Se preocupa pelo excesso de verdades, mesmo que em pequenos detalhes.

Parece estranha pelo questionamento do outro de algo tão natural, pelo menos para ela.

E enfim percebe que tudo muda: pessoas, atitudes, percepções, carinhos...

Mas está feliz, montando sua nova cartilha de relações e se deixando levar para qualquer lugar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Distante do mar

"E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar"

Acapulco. Joaquim Távora. Vila Mariana. Paraíso.

Apesar do dia cheio e cheio de trapalhadas, a noite terminou bem.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Arco e íris

E pensou sobre as cores...

Aqui, neste lugar, quer encontrar o calor e aconchego necessários para sentir que nunca mais precisa sair, ou pensar em voltar.

O mundo não é sempre cor-de-rosa. É vermelho, amarelo, azul, verde, preto, branco, roxo e neon.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ela

Hoje ela foi provocada. E pensou sobre a felicidade. Sobre a melancolia. E sobre a tristeza.

Pensou sobre a "insustentável leveza do ser" e sua busca desesperada por tirar o peso da face.

Lembrou ter escutado recentemente que estava "luminosa" e como aquilo a deixou satisfeita.

Em como é bom se deixar levar ao mesmo tempo que agarra com toda a força a direção da sua vida, por mais contraditório que isso possa parecer.

Questionou sobre o que a deixa angustiada. Avaliou as raízes de suas neuroses. Se afundou nos sentimentos até que retornou à superfície.

Seguiu pensando, pensando, pensando... e sorriu, feliz da vida, pela vida.

Até que parou e escreveu, usando um pronome que pareceu tirar toda a responsabilidade e verdade descritas pelo eu.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Culpa do frio

Estou preguiçosa.

Mentira, eu sou preguiçosa.

Mas tenho momentos de disposição para escrever aqui.

Sempre penso em escrita, principalmente durante o dia, a partir de situações, conversas ou qualquer coisa. Mas não tenho colocado no papel ou digitado por aqui.

Já iniciei parágrafos mentais, troquei palavras... mas nada se tornou real.

E, para completar a cara-de-pau, venho aqui não para vomitar algo interessante; venho somente para preencher o espaço com a justificativa que toma o lugar do que poderia ser, pelo menos, agradável aos meus queridos leitores. Isso sim é preguiça mental.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

"...no puede cambiar de pasión!"

Sei que não é novidade, que andei escrevendo pelos blogs da vida (os meus blogs da vida), que a beleza me emociona profundamente. Que sou capaz de chorar discretamente ou torrencialmente por tristezas, alegrias ou apenas pelo que me faz acreditar na capacidade do outro de produzir algo genial.

Assisti ao vencedor do Oscar 2010 na categoria de melhor filme estrangeiro "O Segredo dos Seus Olhos". É o tipo de filme que ainda hoje, quando penso em detalhes da trama, nas sutilezas usadas pelo diretor, nas atuações, sinto coisas. É, coisas. Porque em duas horas senti de tudo. Lá tinha drama, comédia, suspense, romance... tudo.

A história é boa. Isso já ajuda. Mas a forma como ela foi contada muda tudo. Sem recursos mirabolantes ou sei lá o quê. Os detalhes é que importam. Gosto desse tipo de quebra-cabeça. E gosto de me sentir muito esperta quando, por alguma frase dita, desvendo antes de ficar explícito o que acontece no final.

Campanella, que depois descobri ter dirigido episódios de dois seriados que gosto muito, Law and Order e House, ganhou todo o meu respeito. Ricardo Darín e Soledad Villamil me deixaram completamente apaixonada por ambos. Os olhares contidos e loucamente apaixonados, a dificuldade de comunicação para expressar um sentimento arrebatador e... os dois eram lindos.

Eu poderia escrever milhões de palavras aqui citando cenas, personagens, reviravoltas, movimentos de câmera (nem reparo muito nisso mas nesse filme dá vontade de falar)... mas prefiro ficar quieta. Já racionalizei e descrevi demais. Quero guardar as sensações e ir no cinema de novo, rever tudo de novo.

Gosto de ser provocada dessa maneira. Gosto muito de sentir essas "coisas" estimuladas pelo que não tem a ver comigo mas, mesmo assim, faz parte de mim. Dá pra entender?