segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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E a grande pergunta que chega é: onde estarei aos 30?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Amanhã

Ela agora conta os segundos. E ri sozinha por saber que, em algumas horas, ele estará debaixo de seu edredon.


Aniversário chegando e a mínima idéia do que poderia ser feito para comemorar vai partindo. Ah, indecisão..

domingo, 15 de agosto de 2010

Semana

Ela começa a experimentar, em pequenas doses, o gosto da saudade.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ficção

Naquele momento Ludmila só queria um conforto. Ela queria identificar qualquer coisa que pudesse trazer tranquilidade para sua mente transtornada e entristecida. Antes de embarcar, virou-se buscando o olhar dele. E percebeu que exatamente naquele momento o olhar dele buscava outro alguém. Outra que não ela.

Ludmila então seguiu, segurando o chôro e os pedaços do seu coração. Ela não via mais ninguém em sua frente. Ela não queria ver. Sabia que pessoas passavam, que se ajeitavam em suas poltronas, que até tentavam puxar conversa, mas ela não ouvia, não via, não queria.

Na verdade, seu único desejo era o de se encolher tanto ali, no seu pequeno espaço chamado de 23D, até desaparecer. Ela poderia derreter, virar pó ou fumaça. A forma não importava. O importante seria deixar de existir.

Fechou os olhos escondidos atrás de imensas lentes escuras com toda a força que suas pálpebras puderam suportar. Se concentrou em um buraco negro. 40 segundos depois, ainda estava ali.

Então ela desistiu de sumir. Pegou seus fones de ouvido para tentar, ao menos, se distrair com canções jogadas no pequeno som de bolso. Rezou para que nenhuma música trouxesse recordações, boas ou ruins. Cantou para si, afastando outros pensamentos que não participassem da melodia.

Depois de três músicas Ludmila se perdeu. Resolveu então se entregar e pensar até gastar, até acabar, até parar. E no meio da cachoeira de possibilidades, de pessoas, situações e frases, ela percebeu que seus pensamentos eram os únicos dali que voavam.

Impaciente, porque sentia que precisava mais do que nunca ficar longe da cidade, chamou a aeromoça. Perguntou educadamente sobre o motivo do atraso e ouviu que um passageiro de última hora ainda não havia embarcado. Pensou em seu azar por estar presa no solo, quando o que mais precisava era decolar. De novo se entregou aos pensamentos. Os ruins, é claro.

Pensava e mexia nas unhas, nos cabelos, nas pernas e ignorava o que acontecia ao seu redor. Até que percebeu uma agitação na tripulação, como se finalmente tudo estivesse pronto para a partida.

A poltrona ao seu lado estava vazia e, entre um pensamento e outro, achou que o atrasado deveria sentar ali ao seu lado, só para completar o dia ruim não permitindo que ela esticasse as pernas como gostaria.

Ludmila estava certa. Ele chegou. Dessa vez, com os olhos fixos no seu olhar de espanto, e os chocolates que ela mais gostava nas mãos.


- Texto longo como há muito não escrevia... pq é sempre bom pensar em um final feliz.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Meias verdades

Ela se atrapalha; descuida, se entristece.
Ela machuca e sai machucada.
Ela não pára de pensar.
Ela precisa parar de falar.


E em Salvador, faz sol.