sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Ano Velho

O Natal está quase acabando... enfim.

A noite foi com amigos, crianças, vinho e peru.

O dia foi cheio de conversas e reflexões sobre histórias de um passado não muito distante, em lugares não muito distantes.

E mais histórias, informações, confirmações... mais confusões, decepções, surpresas... mais do mesmo, menos do diferente e a certeza de que, pelo visto, certezas são raridade.

Raridade no que depende do outro. Certezas de que preciso ter fortes resoluções para o ano que virá.

O ano que virá... apenas um marco, o "ponto de virada" no roteiro do meu caminho, sinuoso e inesperado.

As resoluções, pelo menos algumas delas, estão bem definidas. Basta a força, de vontade e interior, para levar adiante.

Não, não tenho lido auto-ajuda. Sim, a auto-ajuda cada vez mais toma conta de mim.

Preciso julgar menos.

Falar menos.

Sentir menos.

Me culpar menos.

Enlouquecer menos.

Preciso me aceitar mais.

Me atrasar mais.

Relaxar mais.

Enlouquecer mais.

Vou para Salvador e, dessa vez, tenho menos idéia do que há um ano de como será.

Tenho um pouco de medo. Euforia. Nostalgia. Pavor.

Mas o medo não me impede de nada faz tempo. Apavoro, mas vou. Vou pra casa. A casa de uma vez por ano. A casa de quase uma vida toda. De lembranças, histórias, cor e luz.

Na volta, conto como foi. Em 2010. Se a vontade louca de escrever aqui não aparecer antes.


Obs: Mudei de novo a "cara" do blog porque... porque não gostava da outra! Nesse aspecto também, ainda não me achei.

Obs2: Acabei de colocar o título "Feliz Ano Velho" pela referência ao reveillon, mudança, e pra não se óbvia com o "novo"... e lembrei do livro de Marcelo Rubens Paiva, importantíssimo na minha vida. E lembrei do capítulo de hoje da novela de Manoel Carlos, e da adaptação de Luciana-sombra-rosa à rotina em casa pós-acidente. E lembrei que uma das piores sensações da minha vida foi, depois de ficar uma semana internada em um hospital por conta do acidente de carro, voltar para casa, para o ambiente que não foi feito para alguém que mal podia se mexer e precisava de ajuda para tudo (comer, tomar banho, escovar os dentes). E lembrei que lá se vão quase 10 anos de quando isso aconteceu. E que aquela época está bem clara na memória como uma das mais difíceis da minha vida. Um ano extremamente difícil. Assim como o de 2009 foi, por outros e completamente diferentes motivos. Mas 2000 passou.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Devaneios natalinos

Em São Paulo, pessoas são atacadas em livrarias com tacos de beisebol.

Em Salvador, pais torturam filhos com agulhas e crueldade.

No mundo, é Natal, tempo de paz, amor, alegria e solidariedade.

E depois ninguém entende porque acho essa uma época de merda.


Ok, em todo lugar existem suas desgraças e belezas, assim como na vida de todo mundo. Manoel Carlos tenta enfiar isso na nossa cabeça toda noite. Eu sei. Mas não gosto. E que chegue logo dia 26. E 28.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Luz e sombra

São quase cinco da manhã... e a cabeça não pára... no passado, presente, futuro... nos olhares e na falta deles... na busca desesperada por ser vista, e na escuridão intercalada de luzes que me escondiam... no sentimento estranho sem definição... no amor, paixão, tesão... nos questionamentos sobre tudo.. no falar demais dizendo pouco... no arrependimento depois que as palavras escapam... no eterno desespero por não saber como será o dia de amanhã... na saudade imensa pelo que nunca foi meu... na nostalgia pelo que desapareceu... no fim de um começo que recomeça a cada dia, com passos para frente, para trás e o re-conhecimento de uma pessoa que já esteve aqui, em algum lugar, e se perdeu pelo caminho, por vários motivos.
E penso em mãos, costas, sorrisos tímidos e escudos que refletem luz. E volto para a escuridão, das quase cinco da manhã, que desaparecerá trazendo a luminosidade necessária para clarear as idéias, corpo, mente e coração.
Que os sonhos cheguem, cheios de trilha sonora, como foi a longa noite de hoje.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Trilha paulistana

Semana
(Rodrigo Lorenzetti / Wallace Peixoto)

Meia-noite, a primeira vez,
domingo pra segunda.
Antes da culpa vir às três,
disse então que se cumpra.

Nunca pensei tanto no após.
Nunca falei tanto de depois.
Foi só ficar a sós, um e um são dois
e a gente foi esquecendo até de dormir.

Só quando o sol bateu eu saí
do quarto, vou mas volto amanhã.
Cinco minutos, casa, afã
de fincar estandarte e dizer:

declaro guerra a quem me impedir,
vou, tomo parte de arma na mão,
mato e salgo a terra onde o mal nascer
que é pra ter você sem nenhum mal no coração.

Sétimo dia, vou descansar.
Quero a humildade de ir dormir
não sendo Deus mas sendo teu par
na cidade que eu não construí.

Não me interessa se vai durar,
se acaba nunca ou amanhã,
se vai ter a maçã e a expulsão
que o meu coração já se basta, basta você.


Música da Pullovers

domingo, 13 de dezembro de 2009

Hoje, em algum momento de abstração no meio do plantão, tentando não pensar em ciclones, celebridades, futebol e copenhague, percebi uma coisa: gosto dos títulos grandes. Muito.

A insustentável leveza do ser

De tanto bater meu coração parou

Viajo porque preciso, volto porque te amo

Mulheres à beira de um ataque de nervos

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios


E alguns dos meus preferidos nunca foram lindos ou assistidos. Talvez seja melhor, para não acabar com o encanto.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Qual é a música?

Hoje pensei em letras de músicas... ou talvez citações de filmes... e fiquei com preguiça de procurar algo, já que nada de imediato, sutil na medida certa e do jeito que é permitido ser em um local de acesso público internético, apareceu naturalmente. O que surgiu era óbvio demais, explícito demais, como sempre costumei ser.

E pensei no que escreveria... no que senti, e no que deveria sentir. Em como agi, e em como deveria ter agido. E fiquei com preguiça mais um vez.

E voltei às reflexões da vida, porque essas, nunca me deixam descansar em paz.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Banana maçã

Supermercado. Não gosto. Mas preciso ir. Toda semana.

Moro perto de 3 mercados mas frequento apenas dois: um mais popular para as compras básicas, e um dentro do shopping, para as coisinhas que não são vendidas no popular. Outro dia entrei no "meio termo"; saí depois de passar pelo segundo corredor e não me localizar direito.

E hoje, há poucos minutos, estou eu contemplando uma prateleira cheia de bananas e me questinonando se deveria ou não levar algumas. Pensei na chuva, no peso, nas prioridades... e quando estava prestes a me afastar e partir para a seção de pães, eis que ouço uma voz gentil:

- Você sabe me dizer se essas estão boas pra comer hoje?

Um senhor simpático, do tipo com cabelo branco, pele bronzeada, bermuda e camiseta que deixava clara a preocupação com exercícios e o corpo, me fez a pergunta.

- Olhe (com toda a baianidade do meu ser), hoje não, mas se você levar, daqui a uns dois dias elas estarão ótimas!

Falei com toda a certeza do mundo, como se eu fosse nutricionista, pesquisadora ou criada em sítio me pendurando em bananeira a vida toda.

Ele agradeceu, eu sorri. E continuei passeando pelos corredores, rindo sozinha e me sentindo, como nunca, à vontade naquele ambiente.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Amiga solidão

Como sempre ela está só.
Por opção, preguiça ou falta de iniciativa.
Não importa: hoje ela está só.

E em seu pequeno mundo,
que às vezes parece tão imenso,
ela se perde em pensamentos.

E ri, chora, questiona e volta.
Volta de onde saiu, onde queria estar.
E duvida; de nada mais tem certeza.

Então segue para onde nunca esteve,
mas com a segurança de que nasceu para ir.
Não hoje, nem amanhã,
talvez quando não estiver tão só, mergulhada em pensamentos.

E por um instante se desespera,
pensando que sua solidão é uma ótima companhia:
afinal, quantas viagens imaginárias ela teria feito
se não estivesse tão sozinha?


Nunca fui boa com rimas, métricas, poesias e essas coisas (isso, inclusive, está bem claro pelo texto acima).

Mas quis exercitar a cara-de-pau publicando aqui algo que escrevi outro dia, do próprio punho, com caneta num papel, apenas por escrever.

Tem sido interessante pensar sobre a solidão de quem saiu de casa, se mudou para outra cidade e decidiu morar completamente só. Sei que é, ou pelo menos era no outro blog, um tema recorrente.

Mas os pensamentos sobre o prazer que existe na solidão também são frequentes. E comecei a perceber isso, quando em uma conversa, comecei a enumerar tudo de delicioso que sou capaz de fazer estando só no meu apartamento, no meu próprio mundo.

Mas agora com blog novo, aos poucos, contarei para vocês. rs

Mais de mim mesma

Senti falta de ter um blog... de escrever e ser lida.

Então resgatei o Soteropolisampa, agora em outro endereço... os arquivos antigos continuam lá (www.soteropolisampa.blogger.com.br); não sei até quando, mas ainda estão lá.

Agora serei mais discreta; apenas para poucos... os que serão avisados, e os que me descobrirão.

Mas senti falta.

Talvez esse não seja tão a minha cara, com letra saída do punho, desenho de tatuagem do pulso, fonte que foi parar no braço e cores berrantes. Mas talvez, essa seja minha nova cara, pelo menos nesse instante.

E assim mato minha vontade de escrita, do desabafo, dos relatos... a vontade de ser a menina do blog.