sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sobre alguém

"Sou discreta, apesar das cores berrantes".

É verdade.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Com as cascas de banana

Enquanto me arrumava para sair, encontrei em uma das gavetas algo que não era meu. E guardei onde achei.

Após uma noite de música, cervejas e amigos, voltei para casa levemente bêbada e a primeira coisa que fiz foi abrir a gaveta e jogar o passado no lixo.

Hoje também abri o chocotone que recebi de Natal, e por uma fantasia, uma ilusão, uma conversa, um gosto, um riso doce, mantive intocado. Mas decidi ceder aos meus outros desejos, mais reais e possíveis de serem saciados. E agradeço profundamente por ter finalizado um ciclo (espero sinceramente que sim) e encontrado um chocotone sensacional para matar a vontade de comer algo gostoso após chegar em casa.

Sim, estou um pouco bêbada. Não, isso não costuma acontecer. Não, não costumo escrever nesse estado. Mas andando pela Augusta, debaixo do meu guarda-chuva verde de bolinhas, vim pensando escrita. Inevitável com essa minha retomada de atualizações no soteropolisampa.

Preciso tirar a maquiagem. Escovar os dentes. Banho será dispensável.

Preciso dormir, orgulhosa de mim, por uma série de motivos. :)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Não sou tão criativa para pensar o tempo todo em títulos legais

Isso aqui ainda não tá minha cara...

Que cara, Paloma?

A de cabelão com franja e pontas coloridas? A de cabelo curto, escuro e com fios brancos? A com tatuagens? Sem tatuagens? De olhos castanhos no escuro e verdes no claro?

Depois eu mudo o layout de novo. Quem sabe quando finalmente conseguir parir a resenha sobre a trilha sonora de True Blood...

Porque mesmo ainda me ofereço para escrever sobre música? Eu não sei escrever sobre música.

Gilberto Gil canta forró nesse momento no meu som. Antes de vir para cá, para frente do computador, lavei pratos e coloquei roupas na máquina de lavar dançando forró sozinha pela casa, quanse montando uma quadrilha minha comigo mesma.

E a vida fica risível em diversos momentos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Perdida, eu?

Eu moro sozinha numa cidade que não é a minha. Me sustento. Cuido da casa.

Já consertei um vazamento no banheiro*, matei baratas** e quero pintar uma parede.

Mas hoje não consegui baixar uma música e me desesperei ao perceber que Lost vai recomeçar. A ÚLTIMA temporada vai começar. Nos EUA.

Agora sim quero ver minha verdadeira independência se manifestar. E vai. Darei um jeito. Como tenho feito com tudo.

Daqui a pouco oferecerei serviços de consultoria: "Papá ensina a se virar". rs. Ok, soou ridículo. Nem sou boa dona de casa. Mas também, querer perfeição de uma pessoa só é demais. :)

* ok, não foi nenhum mega vazamento... era uma água que saía do box depois do banho e foi contida com silicone. Mas fui eu quem comprou a bisnaga, aplicou e resolveu o problema.

** tá, são mini-baratinhas, mas não menos nojentas e assustadoras que as mais desenvolvidas da espécie.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O tempo

10 anos de carteira de motorista.

É...

Pois é.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Não é só H2O

Hoje me inclinei para fora da janela; o céu estava cinza e eu quis sentir o cheiro da chuva.

E percebi que aqui o cheiro da chuva não é igual ao de Salvador.

Lá é muito mais evidente, não sei explicar direito. É como se a água se misturasse com o cheiro de maresia, com terra, areia, grama... mesmo longe do mato, mesmo perto do asfalto.

Eu só sei que sempre gostei muito de sentir o cheiro da chuva. Apesar de não gostar de chuva. Quer dizer... contemplar sim. Banho de chuva também. Sair de casa com chuva não.

Mas é como se a chuva tivesse o cheiro do ar de São Paulo; e eu fiquei, durante uns 10 minutos, com a cabeça para fora da janela, tentando sentir o tal cheiro. Não consegui.

E a nostalgia chegou.

Mas o que ela trouxe, bem, somente páginas cor-de-rosa descobriram.

Releitura de segunda

Os sonhos, quando lembrados no dia seguinte, provocam sensações estranhas. E isso é muito esquisito, afinal, eram sonhos. Reais em seus momentos, mas totalmente perecíveis quando a realidade chega.

E porque então certos sentimentos continuam, persistem com os olhos já abertos? Incompreensível para esta que vos escreve.

Domingo de plantão em casa. Essa é a vantagem de trabalhar com internet. Com um computador e banda larga, tudo se resolve.

Já devo ter comentado, aqui ou no outro soteropolisampa, como essa minha rotina trocada e que vai contra o universo, tem umas particularidades bem interessantes. Por exemplo, sempre odiei segundas-feiras, como uma pessoa normal.

Depois que assumi esse cargo de Editora do Fim de Semana, eu rezo para que a segunda chegue, afinal, ela é meu sábado de um feriado prolongado (porque além da "terça = domingo", ainda tenho uma "quarta = bônus"). E isso faz com que eu seja a única pessoa do mundo - sei que devem existir outras por aí, mas é sempre bom dar uma exagerada - que odeia feriados. Porque neles, eu também trabalho.

Mas até que a vida social não está tão prejudicada assim; tenho corrido atrás do prejuízo para recuperar o atraso da fase de adaptação que durou mais do que deveria. Às vezes durmo pouco, mas isso não se torna um grande problema porque, dependendo do motivo, compensa.

E entre encontros e desencontros, eu vou dando um jeitinho aqui e ali nessa rotina insana de vida paulistana.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

BBB 10

Sim, estou no grupo "fora Tessália".

E sim, chega de tirar o atraso de atualizar um blog por hoje.

Dois a Rodar

No fim do ano fui para um show da Ludov, banda que eu já tinha ouvido falar, mas nunca prestei muita atenção, nunca me interessei.

Mas no show gostei muito do que ouvi, tanto das músicas quanto da voz de Vanessa Krongold. E pós-show, pesquisando e ouvindo em casa, gostei mais ainda, principalmente das letras de Mauro Motoki. É o caso dessa música, de 2004.

Sem sair do lugar, sem saber
sem notar, vi meu pranto ceder
E era novidade chorar por você assim

Se quiser me trocar, devolver, se livrar,
basta não responder,
Não ligar se eu chorar assim sem porquê

Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
beijava-te a mão
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar

Mas se era só por sofrer pra cantar
pra sofrer por cantar
eu te entrego esta minha canção.
Eu te entrego esta minha canção.

Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
beijava-te a mão
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar


Pra quem não conhece, vale dar uma escutada... nos discos velhos e novos. Boa banda.

E não sei se com a idade estou ficando mais chata e mais obssessiva com letras. Na verdade, com a beleza das letras e quem é capaz de usar bem as palavras.

Por isso entro em êxtase quando encontro bons letristas, e fico puta quando ouço pessoas exaltando outras coisas que só porque falam de minhocas, gírias paulistanas e príncipes encantados viram "sensíveis, inteligentes, modernos e divertidos"... não dá! Ou então talvez eu seja tradiciolista demais nesse sentido da apreciação literária. rs

No fim das contas, acho que deu uma nostalgia - Programa Encarte de música e bandas novas... novas pelo menos para mim. :)
E agora parei para pensar no motivo pelo qual criei um blog... de contar minhas aventuras em SP.. mudança de vida, de cidade... citei isso quando falei para o meu novo "chefe" (meu pai odeia que eu use esse termo como bom anarquista-comunista ou sei lá o quê que ele é) sobre o soteropolisampa, numa entrevista de apresentação e avaliação que tivemos essa semana.

Mas quase dois anos depois, isso aqui virou um "muro das lamentações". Acho que porque São Paulo já se tornou parte da minha vida cotidiana.. e é fato: os melhores textos fluem em momentos deprês. Droga! rs

O desespero da venda

Durante dias tive longas conversas sobre redes sociais e suas utilidades, vantagens e claro, danos sociais.

Nunca escondi que de uns tempos para cá evitei mesmo, porque assim como mergulhei de cabeça em vários meios e grupinhos, depois fui apresentada ao pior desse tipo de ferramenta internética: por aqui, anônimos covardes e frustrados manifestam todo o seu veneno reprimido pela falta de culhões de olhar na cara e dizer "não gosto de você".

Porque, parando para analisar bem, as pessoas expõem o que elas querem que as outras vejam, óbvio. E a sensação é que a vida de todo mundo é sensacional. Menos a minha.

Mas eu sei que faço isso também, de diferentes formas, principalmente depois das coisas ruins. Evito várias palavras, frases e relatos pq sei que alguns específicos lerão. Mas não entendo a necessidade de exposição de alguns. Porque o "fazer parte" parece tão fundamental?

E é claro que faço isso quando escolho a cor do meu blog, me preoucupo se escrevi direito ou destaco determinamos artistas que gosto... eles me fazem parecer mais legal e interessante. Não vou colocar coisas que, não nego, mas é melhor que apenas os que me conhecem bem saibam que eu gosto, sem julgamentos e críticas.

Sei lá... cada vez mais tudo parece tão montado, forçado e desesperado para se mostrar, se vender.

Mas também, incomoda a mim, pelo tipo de pessoas que eu sou, pela bagagem cultural e emocional que carrego e blablablá.. tem gente que é feliz assim. Tem gente que finge que é. Tem gente que se diverte. Tem gente que se deprime. Tem gente que se permite. Tem gente que não.

Talvez um dia eu volte aos fotologs, eu faça um twitter, eu aprenda a mexer no facebook e comece a postar coisas... mas por agora, ficar quieta no meu canto apenas escrevendo essas bobagens que passam pela minha cabeça me parece o mais saudável e real. Real para a minha vida. Para a vida que eu quero ter.

E hoje ouvi de uma das pessoas que menos me conhece na vida e que apesar de ter um parentesco muito próximo não tenho contato há anos por opção, que fico melhor com cabelos compridos e aloirados. Muito tato, já que acabei de cortar tudo. Tudo. No melhor estilo Felicity de ser.

E o pior é que sei que ela me disse isso, pelo telefone, diretamente de um hospital, exatamente por não ter mais nada para falar, afinal, somos estranhas. Ah, família. Ah, pessoas. Ah, relações sociais.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Coisa de pele

O coração está apertado.

Queria ir para Salvador. Queria estar lá amanhã.

Aprendi a não ter medo de hospitais quando motivos meus me levavam para esse ambiente. Mas só de imaginar que um deles precisa passar o dia, passar por uma cirurgia, passar pelo pós-operatório, se cuidar, ser cuidado... só sinto o coração apertar.

E de longe tudo fica pior. Porque não posso olhar para a cara do médico e sentir confiança; não posso fazer perguntas, não posso saber exatamente o que está acontecendo.

Porque ele não me fala exatamente o que está acontecendo... e quando fala, quando conversamos sobre isso, quando ouço seu ponto de vista sobre o tipo de vida que ele quer ter, aí sim, o coração aperta de vez...

Mas me calo e desisto de argumentar, porque o conheço bem e sei que de nada adianta inverter os papéis e ser a responsável da relação.

Mas o coração aperta só de pensar.

Queria estar em Salvador só para abraçá-lo e sentir que tudo está bem.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

La Vie En Chose

Me deixa quieta no meu canto, que eu sei me virar
As mágoas da vida serviram pra me vacinar
Eu aprendi que não importa o mal,é possivel curar
Dançando tango, comendo pastel, ou no banho a cantar.

Je vois la vie en rose, mon amour
Je parle quelque chose, la belle du jour
Prende la chambre, je m'apelle Charles Asnavour
Pas de chofer, pas de soutien,abat-jour

Às vezes um porre de Vodka pode ajudar
A vida pode ser melhor pra lá de Bagdá.
Outras vertentes holísticas aconselham a meditar
Ou aceitar que vc está na fossa e nela mergulhar.

Je vois la vie en rose, mon amour
Je parle quelque chose, la belle du jour
Prende la chambre, je m'apelle Charles Asnavour
Pas de chofer, pas de soutien,abat-jour

Se mesmo depois disso tudo nada adiantar
Se lembre: o que não tem remédio remediado está
Erga a cabeça, mude de estação e vá se arrumar
Tome alguns goles e saia de casa disposto a flertar.


Música de Bluebell, boa descoberta do acaso no cedo (não tão cedo) e sentado.

E passei o show inteiro pensando: "se essa menina cantasse um cover de 'A História de Lily Braun' ficaria sensacional". Rs.. devaneios de uma fã buarquiana.

http://www.youtube.com/watch?v=E_e4uTxuAkg - não sei colocar link aqui; mas vale copiar e colar. ;)

Dia de retomar o controle e o prazer de estar em casa.

Noite de boa música e banho de chuva, como há muito não tomava.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Bem aqui.

Acho absurdo que Where the Wild Things Are (Onde Vivem os Monstros) tenha cópias dubladas nos cinemas. Não, não é um filme para crianças.

Fico feliz por ter quase 30 anos e que seja um filme para mim.

Pensei que fosse mais infantil, até pelo trailer, fofinho. Mas não é, muito pelo contrário.

Claro que tem seus momentos - impossíveis de não existir juntando um garotinho com roupa felpuda, rabo e orelhas, com monstrinhos gigantes, peludos e de expressões engraçadas; mas é um filme denso, profundo e posso repetir que difícil de digerir, como Alice, minha companheira de sessão, definiu.

E as expressões engraçadas às vezes perdem espaço para uma tristeza tão absurda de imaginar em monstrinhos peludos que, realmente, fica difícil de digerir.

Mas esse filme me fez pensar sobre muito, sobre a vida, atitudes, relações... muito mesmo.

Gostei sim. Bastante. O Sr. Jonze não decepcionou.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

221 B - Baker Street

Parte do meu coração pegou o ônibus e foi embora. Enquanto isso, outro coração chegou pelo correio.

Sentirei uma saudade imensa. Imensa. Principalmente por não saber quando nos veremos de novo. Quando falaremos sem parar de novo. Quando faremos um tour de compras, bares e botecos de novo. Quando dividiremos uma intimidade absurda de duas pessoas que se encontraram no mundo com a certeza de que foram feitas para se encontrar independente do tempo, distância, de tudo. É muito amor. Eu sei. E ela também sabe.

E para distrair a saudade, fui para o cinema. Sobre Sherlock, eu só digo: filme de macho!

Pensei agora, e soltei uma gargalhada sozinha, que Di e eu somos assim: meio House e Wilson, meio Holmes e Watson.

Adoro. São casais perfeitos. Sem tensão sexual. Só complementos e entendimentos.

Robert não decepciona jamais. Se jogassem ele no liquidificador junto com Hugh Laurie, a mistura seria linda. :)

Deu vontade de voltar a jogar Scotland Yard.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Cheiro de casa

Dessa vez minha casa não tinha cheiro. A cidade sim. Senti logo que cheguei, no aeroporto mesmo. O cheiro do ar com maresia, salgado e que tanto me faz falta.

Mas a casa, diferente do ano passado, não tem mais cheiro, o que é estranhíssimo, já que são quase dois anos longe.

Na verdade tudo foi estranho. A sensação era de familiaridade total e completa, como se eu tivesse estado ali no dia anterior.

E dessa vez foi tudo estranho, porque eu sentia tudo ao mesmo tempo. E muito. E ao mesmo tempo.

Mas foi bom, pelo carinho, pelas saudades diluídas em abraços, beijos e conversas, pelos banhos de mar, pelos sorrisos, pelos cheiros...

Pelo menos voltei para SP em muito boa companhia, para amenizar um pouco a angústia e ansiedade.

E a vida segue, na realidade cinzenta e chuvosa, sei lá pra onde.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mamãe Coragem
(Caetano Veloso / Torquato Neto)

Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu fui embora
Mamãe, mamãe, não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí
Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu quero mesmo é isto aqui

Mamãe, mamãe, não chore
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Veja as contas do mercado

Pague as prestações
Ser mãe
É desdobrar fibra por fibra
Os corações dos filhos
Seja feliz
Seja feliz

Mamãe, mamãe, não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz
Mamãe, seja feliz
Mamãe, mamãe, não chore
Não chore nunca mais, não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta

Eu tenho um jeito de quem não se espanta
(Braço de ouro vale 10 milhões)
Eu tenho corações fora peito
Mamãe, não chore
Não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Leia "Alzira morta virgem"
"O grande industrial"

Eu por aqui vou indo muito bem
De vez em quando brinco Carnaval

E vou vivendo assim: felicidade
Na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim
Não tem mais fim
Não tem mais fim



Ontem, antes de irmos tomar banho de mar no Porto da Barra, ela passava protetor solar nas minhas costas brancas queimadas quando essa música tocou no rádio. E ela disse:

- Palominha, essa música é pra mim.

Não tenho tantas certezas assim, só sei que as duas vão chorar, e muito, no aeroporto.