sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O desespero da venda

Durante dias tive longas conversas sobre redes sociais e suas utilidades, vantagens e claro, danos sociais.

Nunca escondi que de uns tempos para cá evitei mesmo, porque assim como mergulhei de cabeça em vários meios e grupinhos, depois fui apresentada ao pior desse tipo de ferramenta internética: por aqui, anônimos covardes e frustrados manifestam todo o seu veneno reprimido pela falta de culhões de olhar na cara e dizer "não gosto de você".

Porque, parando para analisar bem, as pessoas expõem o que elas querem que as outras vejam, óbvio. E a sensação é que a vida de todo mundo é sensacional. Menos a minha.

Mas eu sei que faço isso também, de diferentes formas, principalmente depois das coisas ruins. Evito várias palavras, frases e relatos pq sei que alguns específicos lerão. Mas não entendo a necessidade de exposição de alguns. Porque o "fazer parte" parece tão fundamental?

E é claro que faço isso quando escolho a cor do meu blog, me preoucupo se escrevi direito ou destaco determinamos artistas que gosto... eles me fazem parecer mais legal e interessante. Não vou colocar coisas que, não nego, mas é melhor que apenas os que me conhecem bem saibam que eu gosto, sem julgamentos e críticas.

Sei lá... cada vez mais tudo parece tão montado, forçado e desesperado para se mostrar, se vender.

Mas também, incomoda a mim, pelo tipo de pessoas que eu sou, pela bagagem cultural e emocional que carrego e blablablá.. tem gente que é feliz assim. Tem gente que finge que é. Tem gente que se diverte. Tem gente que se deprime. Tem gente que se permite. Tem gente que não.

Talvez um dia eu volte aos fotologs, eu faça um twitter, eu aprenda a mexer no facebook e comece a postar coisas... mas por agora, ficar quieta no meu canto apenas escrevendo essas bobagens que passam pela minha cabeça me parece o mais saudável e real. Real para a minha vida. Para a vida que eu quero ter.

E hoje ouvi de uma das pessoas que menos me conhece na vida e que apesar de ter um parentesco muito próximo não tenho contato há anos por opção, que fico melhor com cabelos compridos e aloirados. Muito tato, já que acabei de cortar tudo. Tudo. No melhor estilo Felicity de ser.

E o pior é que sei que ela me disse isso, pelo telefone, diretamente de um hospital, exatamente por não ter mais nada para falar, afinal, somos estranhas. Ah, família. Ah, pessoas. Ah, relações sociais.

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