domingo, 2 de maio de 2010

Como a seleção de 82...

Não tenho nenhuma relação com futebol. Não sou torcedora, não entendo, acompanho ou me interesso pelo tema.

Quando criança me irritava quando meu pai ficava hipnotizado na frente da TV assistindo a algum jogo (qualquer um) e não me dava atenção, não brincava comigo - mesmo que fosse de jogar bola. E ainda fazia piada dizendo que nasci num sábado e atrapalhei o "baba" dele.

Fui uma única vez na Fonte Nova, assistir ao clássico Ba-Vi, levada por uma amiga de escola e o pai dela, tricolor. Ficamos na arquibancada especial, de frente para a Bamor. Durante o jogo fiquei fascinada pela torcida organizar azul, vermelha e branca e virei simpatizante do Bahia. Sei cantar o hino e tenho uma camisa. Mas não tenho idéia em que divisão o time se encontra, ou qual a escalação que o fez ganhar o campeonato brasileiro (uma ou duas vezes?).

Acho realmente fascinante e incompreensível essa paixão louca e irracional que algumas pessoas, principalmente os homens, têm por times de futebol. Mas acho bonito de ver, confesso.

Em SP parece que tudo é mais potencializado ainda, talvez pelo orgulho dos times grandes, com grana e grandes craques, ou pelo simples fato de que aqui tudo tem que ser melhor do que nos outros lugares. Mas também acho bem assustadora a forma frequentemente violenta que os torcedores paulistanos usam para extravasar suas emoções.

No trabalho, preciso pelo menos ter uma noção dos jogos do fim de semana, campeonatos e resultados. Mas só noção, que representa o máximo de relação que me permiti ter com o esporte nos últimos anos.

De pouco tempo pra cá tenho ouvido falar muito sobre jogadores, times clássicos, grandes jogadas, momentos antológicos, partidas disputadas e xingamentos entre torcedores. E volto a ser criança, entediada com esse universo que não me permite concentrar a atenção tão desejada, pelo menos durante 90 minutos. Mas é só birra de menina mimada, carente e insegura.

No fundo, e não deveria confessar aqui, me divirto com tanta paixão, tanto conhecimento representado por datas precisas, listas, nomes e até manias que vêm à tona quando 22 jogadores (é isso mesmo?) entram em campo.

E nunca pensei que ouviria metáforas futebolísticas tão perfeitas que desmontariam qualquer preconceito que eu pudesse ter com o fantástico mundo do futebol.

5 comentários:

  1. Compreendi um pouco disto na copa de 94, quando a família inteira se reunia aqui em casa, torcendo pela seleção. E tinha churrasco, camisas de time, ou pelo menos cores do time e uma série de superstições: todo mundo sentava sempre no mesmo lugar, não podia levantar em determinados momentos, vestir roupa da cor do time adversário e várias outras loucuras que a gente inventava na hora. E me emocionei muito com o resultado e com a reação do meu irmão mais velho que quase nunca chora, mas chorou feito criança com a conquista do tetra.
    Mas, seleção à parte, agradeço todo domingo por não ter um namorado "vitória" ou "Bahia" ou qualquer coisa que o valha. Acho que ia ser ainda mais carente e insegura que vc nestes momentos....rsrs

    bj,Pá!

    Ah! E tem pedido descarado de favor no teu e-mail... olhe com carinho... ;)rsrsrs

    ResponderExcluir
  2. EU já fui nerd de futebol, do tipo de saber todas as datas e campeões coisa e tal. Mas após o time que eu torcia perder um campeonato e eu começar a chorar vi que tinha chegado no pior nível e desde então acompanho futebol de maneira muito superficial. Prefiro jogar, é mais divertido.
    hehehehehehe

    ResponderExcluir
  3. se tiver oportunidade um dia, lê 'febre de bola', de nick hornby. é um dos livros mais legais que eu li sobre uma paixão. a gente até se anima pra torcer...

    =*

    ResponderExcluir
  4. desde que não envolva álbum de figurinhas da copa (argh!), o futebol tá valendo!

    ResponderExcluir